Paraná retoma as exportações de frango

As exportações paranaenses de frango, no faturamento US$ FOB, no último mês de julho, apresentaram crescimento de 9,90% em comparação a junho. Em junho, o Estado exportou o total de US$ FOB 52.132.398. Já em julho, o Paraná exportou US$ FOB 57.298.640. Em quilos também houve um crescimento significativo. Em junho, o Paraná vendeu ao exterior 48.837.974 quilos. No mês passado, o estado exportou 52.443.352 quilos. O item que puxou essa elevação foi o crescimento na venda de pedaços e miudezas congelados, que obteve um crescimento de 21,83% de um mês para o outro.

O Paraná foi o único estado da região sul a registrar crescimento nas exportações em julho, em comparação a junho. Santa Catarina registrou uma queda de 18,37% no faturamento em US$ FOB. Já o Rio Grande do Sul apresentou uma queda de 9,61%, também no faturamento em US$ FOB. Os dois estados seguiram a tendência do Brasil, que apresentou queda de 4,75% no faturamento das exportações em US$ FOB em julho, em comparação a junho.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, o crescimento das exportações no Estado deve-se ao esforço do empresariado paranaense, que tem buscado focar nas exportações e na conquista de novos contratos. ?Além disso, o Estado é o que possui as plantas industriais mais modernas?, avalia.

Abates

Os abates apresentaram elevação de 3,57%. Em junho, o abate de aves foi de 80.948.954 cabeças. Já em julho, esse número chegou a 83.844.148. Martins explica que o crescimento nos abates ocorreu para dar conta da elevação nas exportações, bem como pelo fato de julho ter 31 dias.

Os números do alojamento no Estado também cresceram. Em maio, ele era de 80.826.750. Em junho (último dado atualizado), esse número chegou a 83.588.620. No Brasil, o alojamento também apresentou elevação. Passando de 375.972.236 em maio para 379.424.937 em junho.

UE quer impor novas barreiras a produtos brasileiros

São Paulo (AE) – Depois de ganhar a disputa do peito de frango salgado contra a União Européia (UE), em 28 de junho, os exportadores brasileiros se vêem às voltas com uma nova barreira comercial que pode ser imposta pelo bloco. Invocando o artigo 28 ainda dos tempos da Rodada do Uruguai do antigo Acordo Geral de Tarifas (Gatt 1994), que permite a rediscussão de tarifas, os europeus querem a revisão das classificações tarifárias das carnes de aves brasileiras. Na prática, a UE pretende estabelecer cotas para a importação de três categorias até então isentas deste tipo de barreira. É o caso das carnes de frango e peru industrializadas e do peito de frango salgado.

O pedido de revisão foi feito em junho, um dia depois de o Brasil ter vencido a disputa do peito de frango salgado, pelo qual a UE teve que se comprometer a cobrar tarifa de 15,4% sobre as compras do produto, ante uma combinação de tarifa e salvaguarda que chegava a 1.324 euros por tonelada.

Desde então, duas reuniões de negociação foram realizadas, em julho e agosto, e uma terceira será feita em setembro. Mas para Ricardo Gonçalves, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), quaisquer que sejam os resultados da negociação o Brasil sairá perdendo. ?As exportações para a Europa ficarão limitadas. Qualquer resultado será amargo para o País?, afirma.

Como exemplo, ele cita o caso do peito salgado. Antes da barreira, o Brasil exportava cerca de 130 mil toneladas por ano para o bloco. Depois, as vendas caíram para apenas três toneladas anuais.

A tentativa de limitar as exportações por meio de cotas surge no momento em que a indústria brasileira aumenta as vendas de carne de frango industrializada para o mercado europeu. De acordo com dados da Abef, de janeiro a julho os embarques para a UE cresceram 70% para 57,3 mil toneladas sobre o mesmo intervalo do ano passado, o que representa 87% de todas as exportações brasileiras do produto no período. A receita cambial desse comércio cresceu 81% para US$ 129 milhões.

Hoje, as vendas de carne de frango industrializada para a UE pagam 15%, as de carne de peru são taxadas em 8,5% e as de peito de frango salgado pagam 15,4%. Se a revisão tarifária ocorrer, esses percentuais seriam substituídos por uma tarifa extra-cota de 1.024 euros por tonelada.

Já existe uma cota de apenas 7,1 mil toneladas para o frango congelado brasileiro (principal item da pauta do setor). Acima deste volume, os exportadores pagam 1.024 euros/tonelada de tarifa extra-cota e mais 300 euros de salvaguardas. ?A carne entra na Europa valendo 2.500 euros, mas 1.400 são taxas?, afirma Gonçalves.

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