Agricultura

Paraná é um dos maiores produtores de cebola do País

Ela é considerada como um dos principais temperos do mundo. Amada por uns, odiada por outros, esse legume, que tem sua origem no continente asiático e encontrou no Brasil um bom lugar para se desenvolver, possui como particularidade arrancar lágrimas de quem a corta.

Se você ainda não percebeu do que se trata, é a popular cebola (Allium cepa). Quinto maior produtor da leguminosa, atrás apenas dos estados de Santa Catarina, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul, a safra paranaense 2009/2010 foi satisfatória, embora tenha ficado um pouco abaixo das expectativas, se comparado com a produção 2008/2009, devido ao excesso de chuvas. O principal destino da cebola produzida aqui é o mercado paranaense mesmo, mas às vezes ela emplaca nos estados de São Paulo e Minas Gerais.

De acordo com o economista do Departamento de Economia Rural (Deral), entidade que faz parte da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Marcelo Garrido Moreira, a cebola paranaense ocupa uma fatia de 9% no mercado nacional. A área de cultivo foi de 7.637 hectares, 5% a mais do que o registrado na safra anterior.

“Se as intempéries não nos atrapalhassem, teríamos um desempenho melhor do que a do período 2008/2009. Mas no geral, os produtores não tiveram muitos problemas com o produto”, afirma.

Geralmente, a cebola é considerada como a segunda fonte de renda de uma propriedade rural. “Geralmente quem planta cebola produz outras variedades de legumes e verduras, uma vez que ela só dá uma safra por ano. Mesmo assim, este alimento possui um certo destaque, pois 5,5 mil famílias espalhadas em aproximadamente 120 municípios a plantam, o que gera um total de 130,2 mil toneladas”, explica o economista.

Moreira alerta que a cebola exige conhecimento de quem a planta e não é muito indicada para o que ele chama de aventureiro. “Pode parecer estranho que um produto simples exija uma série de cuidados. Essa cultura só é indicada caso o produtor queira trabalhar com seriedade, pois é necessário saber qual fertilizante utilizar, quais as sementes, entre outros”, avalia.

Ele diz ainda que por conta da busca dos aprimoramentos técnicos de quem planta cebola, a produção paranaense subiu de 4.164 quilos por hectare para 17.048 quilos/hectare.

“Esta evolução deve-se ao trabalho realizado pela Seab e pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) junto aos demais parceiros da cadeia produtiva da cebola e os agricultores”, conta.

Cultivo de característica familiar

O plantio da cebola nas propriedades do Paraná vai de junho a setembro.

O cultivo da cebola tem como característica ser uma atividade familiar, cujo tamanho da propriedade raramente excede 1,5 hectares. Mas ao contrário de outras culturas, o legume geralmente é manipulado pela mulher e filhos. Irati, centro-sul do Estado, é a maior produtora individual do legume, enquanto a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) é responsável por 65% de toda a cebola produzida no Estado.

“Em Irati, como o caso da comunidade do Baixo Pinho, a cebola acabou se transformando na principal atividade econômica destes agricultores. Eles empregam uma técnica com adubos, agroquímicos, entre outros produtos, que permite produzir o dobro de cebola. Não por um acaso, só Irati responde por 23% de toda a safra”, informa o chefe do núcleo da RMC da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), Eduardo Dias Dornellas.

Na RMC, o destaque fica para as cidades de Contenda, Quitandinha, Araucária, Campo Largo e Lapa. “Embora tenha uma produção menor que os outros locais citados, a Lapa vem obtendo destaque nesta cultura. Além disso, os produtores lapeanos estão apostando no sistema de cultivo orgânico, que deve ganhar mais força com o tempo”, conta.

Dornellas informa que o valor obtido para a v,enda da saca de 20 quilos foi de R$ 15. “O preço foi interessante e os produtores não tiveram prejuízo”, garante. A colheita da cebola terminou em março e agora em maio já começa o novo semeio. “Agora inicia essa fase de semeio e o plantio vai de junho a setembro. A colheita ocorre de outubro a março”, explica. (FL)

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