G-20

Para Lula, China e EUA fazem guerra cambial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje pela primeira vez que a China e os Estados Unidos estão fazendo uma guerra cambial. Em entrevista coletiva ao lado da presidente eleita Dilma Rousseff, Lula disse que vai à reunião do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) “para brigar”. Lula afirmou que o objetivo do governo brasileiro é evitar uma sobrevalorização do real.

Segundo Lula, se antes os líderes do G-20 tinham que lidar com ele, agora vão ter que lidar com ele e Dilma, já que sua sucessora vai acompanhá-lo na viagem à Seul, na Coreia, onde será realizado o encontro do G-20. Lula disse que ele e Dilma defendem o câmbio flutuante. “O Guido (Mantega, ministro da Fazenda) e o (Henrique) Meirelles (presidente do BC) sabem que têm que acompanhar a questão do câmbio. Nós temos uma preocupação muito séria e vamos tomar cuidado. Vamos tomar todas as medidas necessárias para que a gente possa não permitir que a nossa moeda fique sobrevalorizada”, disse.

O presidente disse ainda achar que foi um engano derrubar a CPMF e que alguma coisa tem que ser feita. Lula não afirmou que a CPMF será restaurada, mas lembrou que o País precisa de recursos para saúde e que a nova safra de governadores eleitos pode ter suas demandas. A presidente eleita Dilma Rousseff, ao lado de Lula na entrevista coletiva, disse preferir outros mecanismos para arrecadação de recursos. No entanto, disse que está observando um movimento dos novos governadores que não pode ser ignorado.

O presidente Lula disse ainda que não está indicando nem vetando nomes para a equipe de Dilma e só o fará se for solicitado. “O governo da Dilma tem que ter a cara e a semelhança da Dilma. Ela e somente ela pode dizer quem ela quer”, afirmou o presidente, destacando que Dilma tem todas as condições para montar uma grande equipe de ministros.

Ao retomar assuntos econômicos, o presidente afirmou que Dilma não precisa “tirar coelhos da cartola” e que o segredo é compromisso e previsibilidade. Ele disse que não tem medidas impopulares para serem tomadas neste fim de governo, mas destacou que vai fazer o necessário para que Dilma receba a economia com tranquilidade e podendo até acelerar o ritmo de crescimento do País.

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