SERVIDORES DE CARREIRA

Novos diretores do Banco Central garantem perfil técnico

Os novos nomes indicados para ocupar a diretoria do Banco Central garantem a manutenção de um perfil majoritariamente técnico, com funcionários de carreira do serviço público para o comando colegiado da autoridade monetária.

A escolha de Altamir Lopes para a diretoria de Administração e de Sidnei Corrêa Marques para a diretoria de Liquidações e Controle de Operações de Crédito Rural, ambos atualmente chefes de departamentos na autoridade monetária que estão sob diretorias diferentes das que ocuparão, junto com a movimentação de Anthero Meirelles da diretoria de Administração para a de Fiscalização, tem o significado de reforçar as decisões colegiadas da direção do BC. Afinal, com os diretores conhecendo diversas áreas da autoridade monetária, as discussões no colegiado se tornam mais qualificadas e as decisões com um maior respaldo de conhecimento técnico.

Ainda restam, em tese, duas diretorias a serem ocupadas: Normas, que vem sendo acumulada pelo diretor de Assuntos Internacionais, Luiz Pereira, e a de Estudos Especiais, que está congelada há algum tempo e pode ser reaberta. O presidente do BC, Alexandre Tombini, ainda não definiu os nomes que as ocuparão e também ainda não bateu o martelo se realmente vai descongelar a diretoria de Estudos, hipótese que já foi mais forte em outros momentos.

Luiz Pereira poderá acabar ficando em definitivo com a diretoria de Normas, deixando vaga a de Assuntos Internacionais. Um nome do mercado financeiro pode ser chamado para completar o quadro de diretores. Zeina Latif, economista-chefe do RBS Global é favorita na bolsa de apostas e não encontraria resistências no Palácio do Planalto, embora o ministério da Fazenda preferisse uma diretoria só com nomes do serviço público no BC.

De qualquer forma, o fato é que Tombini ainda não fechou o terceiro nome para sua diretoria e, por enquanto, optou apenas por agilizar as substituições mais urgentes, já que os diretores Gustavo do Vale (Liquidações) e Alvir Hoffmann (Fiscalização) já haviam manifestado o desejo de se aposentar do BC. Gustavo do Vale possivelmente ocupará outro cargo no governo, já que ele é cotado para presidir a Infraero.