Novo Itacolomi se destaca na produção de banana

O município de Novo Itacolomi, Norte do Paraná, com pouco mais de 2,8 mil habitantes, pode ser pequeno, entretanto, vem se destacando na produção de banana.

Atualmente, a cidade só fica atrás de Guaratuba (Litoral), Andriá (Norte Pioneiro) e São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba – RMC). Embora não seja a principal atividade econômica de Novo Itacolomi, a banana, implantada em meados da década de 90, já é a quarta principal fonte de renda do município, com potencial para se transformar na segunda maior geradora de dividendos.

De acordo com o economista do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Ovidio Cesar Barbosa, dos R$ 55,358 milhões do Valor Bruto de Produção (VBP) de Novo Itacolomi, a banana responde por R$ 2,198 milhões.

“Embora o VBP da banana esteja bem longe do VBP do frango (principal atividade agrícola da cidade), que responde por R$ 28,465 milhões, acreditamos muito que a fruta possa apresentar resultados ainda mais expressivos em no máximo quatro anos. Devido a este potencial, nesse mesmo período ela deverá ultrapassar a soja e o milho. Na região, das 13 cidades do núcleo regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), 54% de toda a banana produzida vem do Novo Itacolomi”, garante.

Um dos motivos apontados pelo economista é o fato de que a banana não precisa de um investimento alto, se comparado às outras três principais culturas da cidade. Isso vem sendo determinante para que os agricultores familiares passassem a apostar nesta atividade.

“Vamos comparar com o frango. Para ter um aviário com capacidade para 20 mil aves, o produtor deve injetar, por baixo, R$ 200 mil ou mais. Além disso, com o frango o agricultor não domina todas as fases de produção, uma vez que quem cuida disso são as indústrias alimentícias. A banana é justamente o contrário. O custo por hectare é de R$ 12 mil (as propriedades contam, em média, com três hectares) porque quem a produz tem total autonomia, desde o plantio até a venda do produto. Isso dá uma renda anual de R$ 24,6 mil”, afirma.

Porém, não são apenas questões financeiras que tornaram a produção de banana atraente para os agricultores familiares de Novo Itacolomi. O fator geográfico fez com que o fruto se desenvolvesse plenamente nas propriedades rurais da cidade.

“Aqui contamos com um bom solo e estamos praticamente livres de ocorrências de geadas, o que é fundamental para as bananeiras”, revela Barbosa. O economista conta que a atividade se desenvolveu bem nos últimos 10 anos. “O início foi difícil, pois o agricultor não dominava técnicas como controle de pragas. Com a ajuda da Emater, eles foram vencendo os obstáculos. Hoje eles estão reunidos em uma cooperativa com 75 produtores. A produção estimada é de 25 toneladas por hectare, mas estamos trabalhando para aumentar esse número e chegar a pelo menos 30 toneladas/hectare. Considero importante ainda o fato de que isso ajuda a fazer com que o agricultor permaneça no campo e não tente a vida em centros urbanos”, informa.

Cooperativas

Há quatro anos surgia no município a Cooperativa dos Agricultores Familiares de Novo Itacolomi (Cofai). Contando hoje com 75 cooperados, dos quais 90% são produtores de banana, a cooperativa surgiu por iniciativa do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), para facilitar a vida dos agricultores familiares associados.

“Nossa intenção é de melhorar cada vez mais os nossos produtos, bem como obter uma maior quantidade. Também temos como intenção eliminar os atravessadores das nossas mercadorias, garantindo assim um lucro maior para gente”, explica o produtor de banana e presidente da Cofai, João Rodrigues Filho.

Neste período, além de adquirirem mais conhecimentos sobre a cultura, os cooperados passaram a comprar materiais e equipamentos em conjunto, para facilitar a vida de todos.

“Já compramos insumos e um atomizador para fazer o manejo de controle das pragas. Além disso, conseguimos junto à prefeitura a a,quisição, em sistema de comodato, de um trator, que tem nos ajudado bastante”, conta Rodrigues Filho.

Embora admita que seja complicado ser o maior produtor de banana do Paraná, o presidente da cooperativa diz que estão trabalhando para aumentar ainda mais a produtividade do município.

“Sabemos que ser o número um hoje é uma tarefa difícil. Porém, como o nosso produto é de boa qualidade e é muito bem aceito em mercados de grandes cidades, como Maringá e Londrina, não custa sonhar alto. Mas antes de sonhar, temos que almejar sempre a melhoria da nossa mercadoria, pois não é uma atividade fácil de se trabalhar”, enfatiza.