Barreiras comerciais

Mudanças na importação de veículos podem afetar a oferta no curto prazo

Algumas linhas de veículos produzidas fora do país poderão desaparecer, na próxima quinzena, de algumas concessionárias brasileiras devido às dificuldades impostas pelas novas medidas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O alerta vem da Federação Nacional das Distribuidoras de Veículos Automotores, regional Paraná (Fenabrave-PR), que verifica uma certa lentidão na liberação das licenças prévias que passaram a ser exigidas dos importadores pelo ministério. Porém, a própria entidade é a primeira a reconhecer que essa “ausência” de certos veículos será temporária e poderá nem ser percebida devido ao esfriamento das vendas no mercado interno.

Na prática, a ação foi endereçada à Argentina, que tem no Brasil o seu principal comprador de veículos leves, movimentando por mês algo em torno de 20 mil automóveis.

A ideia é forçar uma rodada de negociações na qual as barreiras argentinas aos produtos brasileiros afrouxem, sobretudo, no que tange calçados e refrigeradores. “Pelo nosso acompanhamento junto à diplomacia brasileira, isso não deve durar mais do que três semanas. Os dois países devem sentar para negociar em breve, principalmente, porque a economia argentina depende intrinsecamente de vender para o Brasil”, analisa o diretor geral da Fenabrave-PR, Luís Antônio Sebben.

“Eventualmente, alguma concessionária poderá ficar sem algum produto, porque a medida saiu do dia para a noite, quebrando com qualquer planejamento. Além disso, no Brasil, a burocracia deixa muito lenta a liberação desse tipo de documentação”, explica. Para ele, mesmo que o governo brasileiro não consiga chamar a Argentina para negociar, a importação deve ser normalizada em menos de 30 dias. “É o prazo que o setor precisa para se adaptar”, avalia.

Marcas como Volkswagen e Renault, que têm plantas na Argentina, são as que, eventualmente, poderão ter dificuldades em disponibilizar algum produto. Nas concessionárias do Paraná, por enquanto, nenhuma enfrenta qualquer problema dessa ordem e garante ter estoque para as próximas semanas.