Mudança no Ipea indica novo rumo na política econômica

A mudança recente no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com a substituição de diretores e exclusão de alguns economistas, é mais uma componente da nova orientação econômica do governo no segundo mandato do presidente Lula, informaram ontem fontes oficiais ouvidas pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. "Estamos vivendo um ponto de inflexão na política econômica", disse uma importante autoridade.

A nova política abandona explicitamente as reformas estruturais defendidas pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o seu plano de ajuste fiscal de longo prazo, com redução das despesas correntes. E concentra os esforços governamentais na definição de estratégias de desenvolvimento, nas quais o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é considerada a peça fundamental. "Nesse novo cenário, o ajuste fiscal deve ser mais gradual?, afirma um assessor da Fazenda.

Esse movimento na área econômica tem, no entanto, uma limitação. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, continuará executando a sua política de juros de forma independente, embora possa vir a ser objeto de críticas ainda mais acirradas de parte da ala mais à esquerda do PT. "A blindagem do BC é feita pelo próprio presidente Lula?, disse outra fonte. "O presidente não quer inflação, e o Meirelles conhece bem seus temores?.

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