Mudança nas cadernetas segue em estudo, diz Meirelles

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira (2) que ainda não há conclusão sobre as mudanças que o governo deve adotar para a remuneração da caderneta de poupança. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC destacou que o atual nível de rendimento da poupança pode trazer dificuldades à gestão da política monetária, pois a redução dos juros básicos pode provocar uma fuga de aplicações em fundos de investimento em direção à poupança.

“Estamos estudando o assunto. Evidentemente, esta é uma questão que, em última análise, diz respeito ao Congresso Nacional”, afirmou. “Essa é uma das questões importantes que aparecem no momento em que as taxas de juros começam a cair no País. As taxas de juros começam a cair e nós passamos a enfrentar determinados limites de ordem legal, herança de um passado de taxas muito elevadas. Estamos estudando com outros órgãos do governo e com legisladores para ter uma solução que atenda os interesses do País e dos poupadores. Não há solução pronta”, disse Meirelles.

Crédito

Meirelles afirmou que o conjunto de medidas adotadas pelo governo para restabelecer o crédito deve normalizar o fluxo de recursos para empresas e consumidores. Ele ressaltou que tais ações foram complementadas recentemente por decisões importantes, como o seguro de crédito para investidores que realizam operações de até R$ 20 milhões e os empréstimos que o BC está concedendo a companhias exportadoras – tais recursos originários das reservas cambiais também serão liberados a empresas que não atuam com comércio exterior, provavelmente a partir de amanhã. “Com a entrada em vigor dessas medidas, vamos aguardar. Nossa espera é da normalização do crédito”, avaliou.

De acordo com Meirelles, o seguro de crédito beneficiará os bancos médios e pequenos, o que, por sua vez, vai prover maior liquidez para empresas de pequeno porte, segmento que mais está sofrendo com a redução de crédito no mercado. O presidente do Banco Central ressaltou que a situação de crédito no Brasil não está “completamente regularizada”, mas disse que as ações tomadas pelo governo, que incluem, entre outras medidas, a liberação de R$ 100 bilhões de um total de R$ 260 bilhões em depósitos compulsórios, devem solucionar o problema. Meirelles não detalhou em quanto tempo a situação dos financiamentos no País será plenamente regularizada.