Movimentos sociais unificam debate sobre crescimento

Pela primeira vez, ontem, em Curitiba, os movimentos sociais se unificaram para apresentar uma proposta de desenvolvimento econômico. No encontro, seguindo sugestões de pesquisadores e economistas, os trabalhadores fizeram um único documento com as diretrizes necessárias para esse crescimento. A expectativa é que a agenda seja levada – em nível municipal, estadual e federal – a todas as discussões tripartites de políticas públicas.

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, sugeriu que para o desenvolvimento econômico brasileiro, questões como meio ambiente são fundamentais. ?Durante 25 anos o Brasil ficou fora do padrão mundial de desenvolvimento, não seguindo o ritmo de expansão dos demais países. A receita, agora, é que o país aproveite as oportunidades e privilégios que tem, principalmente no que diz respeito à matriz energética, ou seja, outras alternativas, já que o petróleo está se encerrando e há disputa pela água?, afirma.

Representando o Dieese, o economista Cid Cordeiro comentou alguns passos que já estão sendo dados e outros ainda necessários rumo ao desenvolvimento, entre eles a distribuição de renda e a valorização do trabalhador. ?A política de valorização do salário mínimo já está fixada; outro avanço já conquistado pelos trabalhadores é o crédito consignado, ou seja, acesso a crédito com menores juros. Estes e outros pontos como a necessidade de política de redução da taxa de juros – precisam agora ser consolidados, para que o desenvolvimento seja sustentável. É preciso pensar o Brasil a longo e médio prazo, essa é a proposta dos trabalhadores?, afirma.

Entre as propostas apresentadas no encontro, o secretário municipal do Trabalho e Emprego, Manassés Oliveira, relaciona a valorização e qualificação profissional; e a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, o que geraria mais postos e renda ao trabalhador. O presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) – um dos sete movimentos sindicais que participaram da discussão -, Carlos Zimmer, cita outro ponto fundamental na agenda do desenvolvimento dos trabalhadores: ?a melhoria e ampliação da política de créditos?.

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