Moody’s: plano de bancos para Grécia pode gerar perdas

Os bancos que rolarem parte da dívida da Grécia que possuem em troca de novos instrumentos podem ter de registrar despesas com depreciação, afirmou hoje a agência de classificação de risco Moody’s. A declaração sinaliza um novo revés para as tentativas das autoridades de envolver os credores privados em um novo socorro para a Grécia. A Moody’s, porém, ainda não falou explicitamente que o plano para os bancos vai resultar em default (falência).

Segundo a Moody’s, o plano proposto por bancos franceses – que inclui permitir que os bancos rolem cerca de 30 bilhões de euros em dívida que vencerem até junho de 2014 em troca de novos títulos de 5 ou 30 anos – pode significar despesas imediatas contra a dívida mantida no balanço financeiro do banco como “disponível para venda”. A Moody’s acrescentou que os bônus “mantidos até o vencimento” nos livros do banco também podem ser sujeitos a despesas com depreciação.

Até agora, a Moody’s não avaliou diretamente a questão do default, mas analistas dizem que pelos critérios da agência parece claro que a situação seria considerada assim. “Se um investidor receber qualquer coisa abaixo do valor de mercado total prometido pelos termos contratuais dos bônus em cada data de pagamento de juros estipulada ou em uma data de vencimento do principal, (…) é mais provável um default sob nossa definição”, disse a Moody’s.

No curto prazo, para evitar um default sob os critérios da Moody’s, os investidores teriam de participar voluntariamente da troca; a Grécia ainda teria de ser capaz de fazer os pagamentos do serviço da dívida; e os termos da nova operação teriam de ser atraentes sob méritos próprios. Em um comunicado, a agência afirmou que “não é uma parte nas discussões em andamento sobre a rolagem da dívida grega” e que “qualquer implicação para os ratings (notas) será avaliada por meio das metodologias e definições” publicadas pela agência, apenas depois que as autoridades finalizarem o plano. As informações são da Dow Jones.

Voltar ao topo