Moinho prevê queda de 8% da farinha de trigo em junho

As medidas de desoneração anunciadas na noite de quinta-feira (15) pelo governo brasileiro para o setor de trigo serão percebidas a partir de junho no preço da farinha, que deve cair 8%, no mínimo. O cálculo é do diretor-presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih.

Dono do maior moinho de trigo do País, Pih negociou diretamente com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a adoção das medidas, pedidas pela indústria para conter a alta dos custos com a importação do cereal. Segundo o executivo, a redução de 8% no preço da farinha leva em conta os preços atuais do grão e dos fretes. "Se os preços do cereal e dos fretes caírem, a redução pode ser maior", diz.

O governo anunciou ontem, entre outras medidas, a retirada do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) de 9,25% sobre o trigo e a suspensão temporária da taxa de 25% sobre o frete destinada à renovação da Marinha Mercante.

Como o trigo em grão representa 75% dos custos dos moinhos – energia, embalagem, enzimas e o ferro adicionado à farinha seguem recolhendo PIS/Cofins – a eliminação do imposto deve resultar em uma redução entre 8% e 8,5% nos custos, dependendo o moinho, explica Pih.

Já o adicional sobre Marinha Mercante, que conforme o executivo ainda não havia sido repassado para os preços da farinha porque só recentemente os moinhos começaram a comprar trigo dos Estados Unidos e do Canadá, não terá um efeito imediato sobre os preços, mas resultará em uma economia de cerca de 2,5% sobre o custo com a importação. Estados Unidos e Canadá estão substituindo a Argentina como fornecedores do cereal para o Brasil desde o mês passado devido à crise do setor ruralista no país vizinho. Os desembarques dos países da América do Norte para o País devem começar em maior volume a partir do mês que vem.

Além disso, o governo autorizou a importação de até dois milhões de toneladas de trigo sem Tarifa Externa Comum (TEC), de 10%. Para contar com o benefício tributário, o moinho precisa internalizar o trigo até 31 de agosto.

"O governo tem o nosso compromisso de que vamos repassar ao consumidor todo o benefício da renúncia fiscal, que poderá ser comprovado na nota fiscal", diz Pih.

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