Ministros do G-8 discutem como agir após crise

Ministros das finanças do G-8 deram início às discussões sobre como conduzir um retrocesso das extraordinárias medidas de estímulo econômico aplicadas para retirar seus países da beira da depressão. Pouco menos de um mês antes do encontro de cúpula do G-8 de L’Aquila, na Itália, os ministros das finanças disseram ter pedido ajuda ao FMI em estudos sobre a melhor estratégia para reduzir os elevados déficits orçamentários provocados pelos robustos programas de ajuda, para a retirada do apoio dado aos bancos e para uma política de aperto monetário.

“Discutimos a necessidade de preparar estratégicas apropriadas para retrocesso das extraordinárias medidas tomadas em resposta à crise, quando a recuperação estiver garantida”, disseram os ministros das finanças em comunicado distribuído neste sábado, ao final do encontro de dois dias.

Vários governos do mundo desenvolvido foram obrigados a elevar sua capacidade de empréstimo para combater a falta de crédito com a intensificação da crise financeira no final de 2008. Entretanto, enfrentaram, por outro lado, queda nas arrecadações, com suas economias mergulhadas na recessão, que provocou ainda aumento nos custos com o desemprego. Ainda, muitos desses governos tiveram de injetar recursos nos bancos, para evitar uma quebra do sistema financeiro, e também resgatar montadoras e empresas de outros setores para conter uma crise social. Como resultado de tantos gastos, os governos carregam agora dívidas sem precedentes no pós-guerra.

Sem um plano para diminuir suas dívidas, ministros temem que as taxas de juro dos títulos emitidos por seus países aumentem significativamente, elevando o custo da tomada de empréstimo pelo público, pelas empresas e por outros setores privados, ameaçando os esforços feitos de recuperação econômica.

Os ministros das finanças do G-8 disseram que as chamadas “estratégias de saída” irão variar de um país para o outro, mas que “é essencial promover uma recuperação sustentada no longo prazo”. Entretanto, os ministros das finanças disseram que “embora haja sinais de estabilização” na economia global, “a situação ainda é incerta”.

É ainda muito cedo para retirar os programas de estímulo e, ao invés disso, os ministros das finanças disseram que “continuarão a oferecer estímulo consistente para manutenção da estabilidade dos preços e estabilidade fiscal no médio prazo”.

“Ainda não chegamos lá”, disse o ministro das Finanças do Reino Unido, Alistair Darling, ao comentar as estratégias de saída. “Ainda há algum caminho a percorrer. O apoio a nossas economias ainda é necessário”, afirmou.

No comunicado divulgado pelo G-8, os ministros das finanças disseram que “permanecerão vigilantes” para garantir o retorno da confiança dos consumidores e dos investidores e que ainda estão comprometidos com a manutenção de liquidez e capital adequado pelos bancos.

Mas à medida que a economia global se estabilizar, novos riscos aparecem, entre eles, a alta dos preços do petróleo, observaram. No comunicado, os ministros das finanças disseram que “o excesso de volatilidade nos preços das commodities oferecem um risco ao crescimento”. “Consideraremos maneiras de melhorar o funcionamento e a transparência dos mercados de commodities”, diz o comunicado. As informações são da Dow Jones.

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