Ministro sugere que Itália abandone o euro

Roma (das agências) – Um ministro italiano sugeriu em entrevista publicada nesta sexta-feira, no jornal La Repubblica, que a Itália desista de usar o euro como moeda. A hipótese, considerada absurda por líderes da União Européia, aumenta a especulação sobre uma ruptura na zona do euro. O ministro do Trabalho e Bem-Estar Social da Itália, Roberto Maroni, disse ao jornal que a Itália deveria fazer um referendo sobre a possibilidade de ressuscitar a lira, extinta em janeiro de 2002, quando 12 países aderiram ao euro.

Maroni é um ministro de primeiro escalão, mas suas opinões normalmente não são afinadas com os que influenciam a política econômica, como o primeiro ministro Silvio Berlusconi ou o ministro da Economia, Domenico Siniscalco. Na entrevista ao La Repubblica, Maroni acusou diretamente o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, de ser um dos responsáveis ?pelo desastre do euro?. Nem o ministro da Economia nem o premier Berlusconi comentaram declarações.

Suicídio

?Seria um suicídio para Itália, se o país abandonasse a eurozona?, disse, por sua vez, o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Otmar Issing, referindo-se à proposta de Roberto Maroni de pôr a lira em circulação.

Mas as críticas à união monetária têm crescido ultimamente, depois do ?não? da França e da Holanda à Constituição européia. De acordo com um estudo intitulado ?A União Econômica e Monetária corre risco?, apresentado durante a sétima conferencia de observadores do Banco Central Europeu (BCE), as dificuldades políticas que atravessa toda a região após os referendos francês e holandês ?exigem ainda mais que o BCE se concentre no objetivo de longo prazo de preservar a estabilidade financeira e de preços?.

O semanário alemão Stern também publicou esta semana os resultados de uma pequisa segundo os quais 56% dos alemães defendem a volta ao marco como moeda de pagamento em lugar do euro. Outros 48% dos entrevistados acreditam que o euro é o responsável pela triste situação económica atual na Alemanha. Para 90% dos consultados, a moeda única foi um ?subterfúgio para se aumentar os preços de maneira continuada?. Somente 2% consideraram que o euro não havia encarecido o custo de vida.

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