Incentivo

Ministro anucia mais recursos para o campo

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, anunciou ontem, em Curitiba, uma série de medidas para amenizar os efeitos da crise e da quebra de quase 29,6% da safra no Paraná, causada pela estiagem que atingiu o Estado nas últimas semanas. Entre elas, o governo deve disponibilizar um montante de R$ 2 bilhões, através de cooperativas, e que devem ir para as mãos dos produtores como capital de giro.

O anúncio foi feito durante uma reunião com representantes de produtores agrícolas paranaenses, na sede do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). Os cooperativistas entregaram ao ministro um caderno de propostas de apoio ao setor produtivo, com oito solicitações.

Para tentar reaver os prejuízos decorrentes da quebra na safra, Stephanes reafirmou que o governo deverá liberar o pagamento de seguro aos produtores, além do refinanciamento de dívidas para quem vai ter prejuízo. “Devemos ter entre 12 a 14 mil pedidos de seguro. A idéia é agilizar as vistorias para a liberação dos recursos. Além disso serão disponibilizados novos financiamentos para um novo plantio”, comentou o ministro.

Quanto à instabilidade do mercado externo, que chegou a ameaçar o mercado de soja e milho, Stephanes acredita que a capitalização das cooperativas pode dar uma margem de segurança para o produtor. “As cooperativas pediram capital de giro e acho que isso deve ser feito. O ideal é que isso seja liberado no máximo em 30 dias.”

O ministro ressaltou que o importante é que a liberação do crédito flua com mais rapidez, para que os produtores possam dar início ao plantio da próxima safrinha. “Com a safrinha dá para recuperar alguma coisa do que será perdido por causa da seca”, diz.

Stephanes comentou que hoje a situação é melhor do que o que se previa há 60 dias. “A crise está numa condição boa. O mundo vai precisar continuar comendo. O mercado reagiu, a soja se manteve firme lá fora e o milho também se recuperou.”

De acordo com o ministro, os preços dos grãos cotados no mercado externo vêm reagindo. É o que acontece com o trigo, cujo preço, segundo ele, deve subir, fazendo com que o plantio fique mais atrativo para o produtor. “Como a Argentina produziu pouco, é natural que a demanda force o preço do trigo para cima”, diz.

O ministro analisa a crise como um fator mais delicado, se comparado aos problemas que a estiagem causa no campo.

O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, afirmou que as medidas vêm em boa hora, e que podem ser fundamentais, principalmente, para o pequeno produtor. Para Koslovski, no entanto, o problema é que o valor anunciado demora para chegar na mão do produtor. “Os bancos estão sendo muito seletivos e, por conta das restrições, os recursos acabam não chegando ao produtor. O importante é que o produtor tenha sustentação para o plantio”, afirma.

Entre as medidas propostas ao ministro, os produtores pedem que o Banco Nacional de Desenvolvimento publique a carta circular com as normas operacionais, que permitem a ampliação do limite de financiamento no âmbito do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária – (Prodecoop). De acordo com a Ocepar, o limite de financiamento passou de R$ 35 milhões para R$ 50 milhões, que poderiam ser usados para capitalizar as cooperativas.

Para Stephanes, o governo deve consolidar a liberação dos recursos. “As cooperativas são o melhor instrumento que o governo tem para capitalizar os produtores, já que as tradings se retiraram do campo em função da crise. É importante dar o crédito para que o produtor volte a comprar e produzir.”

Voltar ao topo