Metalúrgicos da Volkswagen decidem parar no Paraná

Os cerca de 3,2 mil metalúrgicos diretos da fábrica da Volkswagen instalada em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, decidiram hoje pela paralisação total das atividades na montadora, alegando que não houve avanço em relação à discussão do acordo coletivo de trabalho. Desde sábado, eles vinham fazendo greves “pipoca”, com paralisação de um ou dois turnos apenas. Uma nova assembleia será realizada amanhã pela manhã na porta da fábrica.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, a previsão era que somente o primeiro turno ficasse sem trabalhar hoje, caso as conversas entre os dirigentes sindicais e da empresa avançassem ainda pela manhã. Como isso não aconteceu, um carro de som estacionou diante da porta da fábrica no período da tarde comunicando a todos que não precisariam nem mesmo descer dos ônibus porque já estariam retornando para casa.

O secretário-geral do sindicato, Jamil Dávila, disse que a Volkswagen está insistindo na proposta de 9% de reajuste salarial e R$ 2,2 mil de abono. No entanto, os trabalhadores já tinham rejeitado na assembleia de sexta-feira. O sindicato propõe o fechamento do acordo nos mesmos parâmetros que fizeram os trabalhadores da Renault, também em São José dos Pinhais, e da Volvo, em Curitiba, suspenderem a paralisação – 10,08% de reajuste salarial e R$ 4,2 mil de abono. “Não há mais espaço para negociação, ou eles dizem sim e todos retornam ou dizem não e continua a greve”, afirmou Dávila.

Não estava prevista nenhuma reunião com a direção da empresa hoje à tarde, mas aguardava-se algum contato com novo posicionamento para ser transmitido aos trabalhadores na assembleia de amanhã. A Volkswagen não tem comentado sobre as negociações e greve dos metalúrgicos. De acordo com o sindicato, com a paralisação total de hoje já deixaram de ser produzidos, desde sábado, cerca de 1.800 veículos dos modelos Golf, Fox, CrossFox e Fox Europa. Aproximadamente 30% são enviados para a Europa e América Latina.