Braços cruzados

Metalúrgicos da Volks do Paraná decretam greve

Os metalúrgicos da Volkswagen de São José dos Pinhais-PR decidiram, em assembleia na manhã de ontem, decretar greve por tempo indeterminado. Eles protestam contra a não apresentação de proposta de aumento salarial por parte da montadora. Os trabalhadores exigem o mesmo acordo fechado na sexta-feira com a Renault: R$ 4,2 mil de abono, 10% de aumento no piso e 10,08% de aumento salarial (sendo 5,55% de aumento real e 4,29% referentes à inflação acumulada nos últimos 12 meses, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC). A mobilização na Volks atinge 5,6 mil trabalhadores – quatro mil diretos e 1,6 mil terceirizados.

A “greve picoca”, como foi batizada pelos trabalhadores, vai ser deflagrada todos os dias, a partir deste sábado, paralisando um, dois ou todos os três turnos de produção da fábrica. Ontem, a greve foi realizada pelos 1,1 mil metalúrgicos do 1º turno; hoje, param os mil do 3.º turno e, amanhã, quem cruza os braços são os mil trabalhadores do segundo turno. Até amanhã, cerca de 820 carros deixam de ser produzidos. A Volks de SJP fabrica os modelos Golf, Fox, Cross Fox e Fox Europa e vende aproximadamente 70% para o mercado interno e 30% para o externo (Europa e alguns países da América Latina).

Nova assembleia ocorre amanhã, em porta de fábrica, às 14h, com metalúrgicos do 1.º e 2.º turnos.

Na sexta-feira os metalúrgicos da Volvo também rejeitaram a proposta da empresa, que concordou com todos os ítens propostos pela categoria, só não aceitou aumentar o vale-refeição dos atuais R$ 60 para R$ 300, como querem os trabalhadores. Ofereceu 59% de reajuste e isso emperrou as negociações. Os trabalhadores decidiram paralisar os trabalhos e voltar a negociar na segunda-feira.

São Paulo

Os metalúrgicos do ABC paulista rejeitaram ontem proposta de reajuste salarial apresentada pelas montadoras Ford, Mercedes-Benz, Scania e Volkswagen. Segundo a assessoria de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a categoria chegou a um acordo em torno de um reajuste de 10,8%, sendo 9% passando a vigorar neste mês e 1,66% em 2011. Não houve acordo, entretanto, quanto ao pagamento de um abono de R$ 2,2 mil, que as montadoras propõem pagar em duas vezes, em 20 de outubro e 15 de novembro, mas a categoria não abre mão do pagamento em parcela única.

“Os metalúrgicos autorizaram a direção do sindicato a fechar o acordo com esses índices se as montadoras concordarem em unificar o pagamento do abono e aplicar agora o saldo de 1,66% (índice que significa a incorporação do abono de 2009)”, informou o sindicato após assembleia ontem, em nota à imprensa. “O sindicato aguardará a resposta à contraproposta”, completou o comunicado.

Também participaram da mesa de negociações os sindicatos que representam os metalúrgicos de Taubaté, São Carlos (CGTB-Volks) e Tatuí (Força-Ford). A data-base da categoria é 1.º de setembro.