Mercosul precisa dos parceiros menores, diz Amorim

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou na manhã desta terça-feira (28), no seminário "Política do Comércio Exterior Brasileiro", promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que a transferência de investimentos e de parcelas das cadeias produtivas do Brasil para o Uruguai e o Paraguai tornou-se imprescindível para a preservação do Mercosul. "Senão, vamos ter a fragmentação do Mercosul", alertou.

Segundo o chanceler, o bloco voltou-se para a discussão das assimetrias entre os seus membros a partir da constatação de que o Paraguai e o Uruguai não têm extraído ganhos do processo de integração nem encontrado possibilidades de desenvolvimento de seus potenciais. A solução, em seu ponto de vista, seria o rompimento da "inércia" dos mercados em relação à integração e a adoção de políticas públicas que a propulsionem. "O guarda da esquina, o funcionário da aduana e a autoridade sanitária têm de ser integracionistas", defendeu.

Amorim alertou ainda para o fato de que, no comércio do Brasil com seus sócios menores do Mercosul e com outros países vizinhos é preciso reduzir o superávit brasileiro por meio da elevação das importações de produtos desses países. A longo prazo, insistiu ele, essa situação vai se tornar insustentável.

Questionado pela imprensa sobre essa advertência do chanceler, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, também presente ao seminário, ponderou que, nesses mesmos países vizinhos, cresceram os investimentos de empresas brasileiras e projetos de engenharia conduzidos por empreiteiras nacionais. "Não vamos inventar compras desnecessárias", arrematou.

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