Mercosul está na ?crise do crescimento?

Agência Brasil – Arquivo
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Luiz Dulci com Luiz Marinho: momentos já foram mais difíceis.

Fortaleza (ABr) – O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, disse ontem que a integração entre os países que compõem o Mercosul deve ir além das relações comerciais. "É muito importante a integração comercial. Ela pode e vai avançar muito. Mas nós também queremos que a sociedade brasileira se integre mais com a sociedade da Argentina, do Uruguai e do Paraguai", acentuou, na abertura da 5.ª reunião da série Encontros com o Mercosul.

Segundo ele, nos últimos três anos, o bloco "estava indo de vento em popa", mas agora enfrenta problemas, aos quais classificou de "crise de crescimento". "Hoje existe uma razoável complementaridade entre as políticas macroeconômicas dos países, com inflação baixa, política monetária equilibrada, política fiscal realista e crescimento econômico significativo. Então é uma crise? É. Mas é uma crise de crescimento."

Dulci lembrou que o Mercosul viveu momentos mais difíceis que o atual, há quatro anos, por exemplo, quando o bloco ficou praticamente "congelado" em decorrência das crises econômico-financeiras que atingiam o Brasil e a Argentina.

"Naquele momento, o Mercosul estava num impasse. Ele praticamente não existia, estava quase congelado, porque não havia compatibilidade macroeconômica entre os países. A Argentina continuava com a política de paridade de "um dólar, um peso", e o Brasil tinha desvalorizado o real. Então o Mercosul estava paralisado."

Na avaliação do ministro, os encontros regionais abrem perspectivas para uma integração mais abrangente entre os quatro países do bloco. Participam deste encontro o diretor do Departamento de Integração do Itamaraty, José Antonio Marcondes de Carvalho, a coordenadora da área de integração do Ministério do Desenvolvimento Industria e Comércio, Eliane Fontes, o presidente do BNB, Roberto Smith, além de representantes do Foro Consultivo Econômico-Social.

Gás

Luiz Dulci reiterou a afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que não faltará gás natural no Brasil e nem haverá repasse ao consumidor brasileiro, caso o preço do combustível venha a aumentar.

"Nós estamos em um processo de negociação respeitando o direito legítimo da Bolívia, mas também defendendo com vigor os direitos do Brasil, e evitando conflito, porque o povo brasileiro não quer que o País tenha conflitos agudos, tensões muito graves com seus vizinhos", disse, referindo-se à negociação entre os dois países após a nacionalização das reservas de gás e petróleo pelo presidente Evo Morales.

Dulci lembrou que o Brasil precisa do gás boliviano, mas a Bolívia também não tem para quem vender a 80% do gás que produz. "Vamos ter que chegar a um acordo razoável para ambas as partes", afirmou.

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