Mercosul e setor automotivo na pauta da visita de Duhalde

O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, chegaria na noite de hoje (25) ao Brasil, trazendo na bagagem uma série de assuntos a serem discutidos com autoridades brasileiras. O Mercosul e o acordo automotivo entre os dois países devem fazer parte da pauta das convesas e outro importante ponto é a reativação do Convênio de Crédito Recíproco (uma espécie de seguro às exportações) que pode dar novo fôlego ao comércio bilateral abalado pela crise econômica argentina.

A presença de Duhalde no Brasil, a primeira visita oficial desde que assumiu o poder no início do ano, deverá durar menos de 24 horas. A chegada do presidente argentino estava prevista para as 19 horas na Base Aérea de Brasília e às 21 horas o presidente Fernando Henrique Cardoso ofereceria um jantar em sua homenagem no Palácio do Alvorada.

Somente amanhã (26), às 10 horas, ocorrerá a cerimônia oficial de chegada, seguida de uma reunião de trabalho entre os dois presidentes. Depois, será oferecido um almoço no Palácio do Itamaraty. A programação se encerra com uma visita ao Memorial JK. O horário previsto de retorno a Buenos Aires do presidente argentino será às 17 horas.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, mostram que as exportações para a Argentina caíram 62% de janeiro a agosto deste ano em comparação aos oito primeiros meses de 2001. As importações também sofreram queda de 26,74% no mesmo período. A corrente comercial caiu praticamente pela metade.

Até agosto do ano passado, o fluxo mensal era superior a US$ 1 bilhão. Este ano o maior fluxo mensal aconteceu em julho quando a corrente de comércio fechou em US$ 677,1 milhões. A queda nas exportações foi verificada principalmente nas vendas de automóveis de passageiros ( 68,4%), motores para veículos (67 4%), polímeros (55,3%), autopeças (53%), pneumáticos (45%), papel e cartão ( 40%) e medicamentos para medicina humana e veterinária ( 28,2%).

Do lado das importações, as maiores quedas foram registradas na compra de automóveis de passageiros, naftas, petróleo em bruto, veículos de carga, trigo em grão, polietileno e gás butano liquefeito.

Analisando a pauta de exportação até agosto, chama a atenção o incremento nas vendas para a Argentina de bananas frescas ou secas. As exportações de bananas subiram 195,97% em comparação a janeiro/agosto de 2001. Foram exportados US$ 11 milhões do produto ante US$ 3,7 milhões registrados no ano passado no mesmo período. As exportações nos meses de julho e agosto demonstraram um recuperação em relação aos meses anteriores mas ainda estão muito abaixo dos números registrados em 2001.

Em agosto, o Brasil exportou US$ 228,1 milhões para a Argentina e US$ 227 milhões em julho. Em agosto do ano passado, as exportações somaram US$ 409,4 milhões e, em julho, US$ 467,6 milhões. A tendência de queda nas vendas para os argentinos começa a ser sentida já no segundo semestre de 2001 e em fevereiro deste ano atingiu o ponto mais crítico, quando as exportações somaram apenas US$ 130,7 milhões. Em fevereiro de 2001, foram registradas exportações no valor de US$ 433,3 milhões.

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