Mercado de louça está estabilizado

Foi-se o tempo em que as louças eram para a vida toda, passando de geração para geração. Embora algumas peças sejam verdadeiras relíquias, outras tantas vêm e vão conforme a moda. Bom para o setor de louças – cerâmicas e porcelanas -, que investe em designs diferenciados e movimenta um bom volume financeiro. Em 12 dias, durante a 17.ª Feira da Louça de Campo Largo, a expectativa da organização é vender R$ 1 milhão em produtos.  

?O setor está crescendo pouco, de 2% a 3% ao ano, mas pelo menos está crescendo. Já houve época, na década de 80, em que o faturamento caiu 60% no ano?, apontou o presidente do Sindicato da Indústria de Vidros, Cristais, Espelhos, Cerâmicas, de Louça e Porcelana do Paraná (Sindilouça-PR), José Canisso. Para ele, a pior fase já passou. ?Depois da forte concorrência chinesa, hoje o setor está estabilizado?, comentou.

 Segundo Canisso, a indústria brasileira está conseguindo driblar a concorrência chinesa graças ao produto de melhor qualidade. Sobre o custo do gás natural, outra reclamação constante da indústria da louça, Canisso lembrou que há um ano e meio não há reajuste. ?Ainda é caro, mas pelo menos a companhia está segurando o preço?, afirmou.

Design

Quem visitar a 17.ª Feira da Louça vai constatar que novidades não faltam no ramo de louças, porcelanas e decoração. E as mudanças não se restringem às estampas, mas incluem novos formatos. ?Todo ano muda uma ou outra coisa, como o formato da caneca, um pouco mais alta ou baixa, com a boca maior ou menor?, apontou Cassiana Bordignon, da empresa familiar Porcelanas Bordignon. Com uma produção média de 10 mil peças por mês, a fábrica emprega 23 funcionários, mas já chegou a empregar 60. ?A concorrência é grande não só com porcelanas, mas com plástico, vidro. Mesmo assim, a gente sempre vende?, afirmou.

Outra que também não tem do que reclamar é a Germer, que está há 30 anos no mercado. No ano passado, a loja da fábrica vendeu R$ 120 mil durante a feira e este ano pretende alcançar R$ 150 mil. Com cerca de 600 funcionários e produção aproximada de 900 mil peças por mês, a Germer exporta para a Itália, Portugal, Estados Unidos, Reino Unido, Argentina. De acordo com a gerente Eliane Vaz da Silva, a concorrência chinesa não assusta. ?Quem fabrica porcelana tem de valorizar o produto, não pode vender com preço muito baixo?, afirmou. Na feira, a loja está vendendo desde prato a R$ 1,99 a unidade até conjuntos por R$ 1,3 mil (com detalhes em prata) e R$ 2,3 mil (detalhes em ouro).

Revenda

O farmacêutico Tadeu Antônio Grabovski, de Bituruna, aproveitou a feira para comprar peças e revender na loja da irmã. A intenção, segundo ele, era gastar cerca de R$ 1,5 mil em peças ontem, que devem se transformar em R$ 2,5 mil a R$ 3 mil na revenda. ?Os preços estão melhores do que nas fábricas, entre 10% e 15% menores?, afirmou.

Serviço

17.ª Feira da Louça em Campo Largo Data: 5 a 16 de setembro Horário: Dias úteis, das 14h às 22h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 22h. Local: Ginásio da Rondinha, BR 277, km 20 – Valor da entrada: R$ 3,00.

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