Mantega: “Não podemos continuar reduzindo IPI de tudo”

Após a reunião de coordenação política em que foi feita uma avaliação do cenário econômico mundial e do Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afastou a possibilidade de o governo reduzir alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de outros setores da economia. “Não podemos continuar reduzindo o IPI de tudo”, afirmou. Segundo ele, a redução de alíquota do IPI já determinada pelo governo beneficiou setores mais sensíveis aos efeitos da crise financeira. Ele lembrou que o IPI já tem alíquota zero para vários produtos.

Mantega disse que a avaliação é de que a economia já vem apresentando um desempenho melhor no segundo trimestre. “O que observamos é que no segundo trimestre deste ano a economia brasileira está se recuperando do impacto do final do ano passado e isto já está tendo uma influência no crédito no primeiro trimestre deste ano, que começa a se recuperar. Mas ainda não é o crédito desejado”, afirmou ele.

O ministro citou ainda que as taxas de juros bancários estão caindo, ressalvando, no entanto, que ainda não caíram o necessário. Para o ministro, “as taxas devem cair mais” para que “o crédito desejado seja alcançado”.

Coordenação política

A avaliação do governo feita durante a reunião de coordenação política é de que está havendo, no segundo trimestre, uma ligeira melhora na economia mundial e no sistema financeiro, segundo afirmou Mantega. Isto porém, segundo ele, não significa que “os problemas tenham sido superados”. “Apenas que melhorou um pouquinho o crédito na economia internacional”.

Mantega ponderou que a partir de março e abril os setores da economia reagiram aos incentivos dados pelo governo. Citou setores como automotivo, linha branca e construção civil, como alguns que apresentaram melhora, embora em janeiro e fevereiro tenham registrado movimento muito fraco.

Mantega disse que está havendo equacionamento dos problemas europeus e americanos e que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está dando sinais de mais confiança para os mercados, e que uma situação mais sólida está se consolidando. Ressaltou que a ação do G-20 tem contribuído para a volta da confiança na economia e que os mercados estão mais calmos. Citou, por exemplo, o desempenho dos índices acionários Dow Jones (nos EUA) e Ibovespa (no Brasil), que vêm apresentando crescimento, e ressaltou que o Índice Bovespa tem subido mais que o Dow Jones.

Construção

No caso do Brasil, o ministro lembrou que depois da queda da atividade econômica registrada nos meses de janeiro e fevereiro, já está havendo uma reativação da economia em março e abril. Citou especificamente o caso da construção civil. Segundo ele, houve um crescimento do financiamento habitacional. A Caixa Econômica Federal, de acordo com suas informações, duplicou o volume de empréstimos, passando de pouco mais de R$ 4 bilhões de janeiro a março do ano passado para 9 bilhões no mesmo período deste ano.

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