Mantega: medidas permitem ter o real menos apreciado

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que as recentes ações do governo para coibir a apreciação excessiva do câmbio, como a adoção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no mercado futuro de dólar, devem levar a cotação do real ante a moeda norte-americana para um nível de menor valorização. “Com medidas, teremos permanentemente o real menos apreciado”, disse. “Onde vai ficar eu não sei e (o câmbio) vai continuar flutuante sim senhor.”

“Não existe dólar ideal para um país que tem um câmbio flutuante, existe dólar sobrevalorizado e subvalorizado. O real estava sobrevalorizado há um tempo. Eu me lembro que antes de tomarmos as medidas de derivativos estávamos com o câmbio a R$ 1,53 e se deixássemos ele iria abaixo de R$ 1,50. Imagina o que iria acontecer com a indústria com o câmbio a R$ 1,40, R$ 1,35. Nós revertemos e é claro que isso não ocorreu só por causa das medidas que tomamos”, disse, acrescentando que, entre essas ações, estavam a adoção do IOF no mercado futuro de dólar e a redução da Selic pelo Banco Central.

O ministro ressaltou ainda que a queda da taxa básica de juros adotada pelo BC também levou investidores a avaliarem que os juros futuros, acima de um ano, também começaram a cair. “Isso demonstra confiança na política monetária do Banco Central”. O ministro Guido Mantega ressaltou que, apesar de a crise internacional ser séria e que pode trazer efeitos para o Brasil, a economia está robusta e o governo tem todas as condições, especialmente nas áreas monetária e fiscal, para mitigar os impactos dos problemas internacionais das economias centrais sobre o País. “Não precisaremos interromper o crescimento para enfrentar a crise.”

Na semana passada, o Banco Central fez uma revisão da expansão do País para 2001 e reduziu a estimativa de crescimento do PIB de 4% para 3,5%.