Davos – Suíça -Num encontro com o presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu a idéia de criar um grupo de trabalho para buscar formas de aproximar os dois fóruns – o Social, de Porto Alegre, e o Econômico, de Davos. Schwab teria proposto uma espécie de força-tarefa para unir os dois fóruns. – Os dez graus abaixo de zero aqui de Davos e os 30 graus de Porto Alegre não dão liga. É preciso que encontremos uma temperatura média de 20 graus – disse Lula, defendendo a aproximação dos dois fóruns.
O presidente, que discursou tanto em Porto Alegre como em Davos, disse que o primeiro ingrediente necessário para aproximar os dois fóruns é a disposição das pessoas de conversarem. Segundo ele, não é a primeira vez que surge a idéia de aproximar os dois fóruns, mas disse que, para dar certo, é preciso algo concreto. Ele defendeu a idéia de um fundo de combate à miséria e à pobreza afirmando que isso é concreto. E concluiu, sobre a aproximação dos dois fóruns:
– Se a causa for nobre, não tenho dúvida de que podemos conversar.
Num relato aos jornalistas sobre a série de encontros que teve, Lula disse:
– No fundo, no fundo, as pessoas estão torcendo para que o Brasil dê certo. Essa energia positiva, ou sinergia, que é mais chique, eu senti aqui.
O megainvestidor George Soros, que se encontrou com Lula, disse que os mercados têm de perceber que a mudança que ocorre no Brasil é legítima, segundo o ministro Antônio Palocci.
O presidente encerrou o dia com um encontro com o ex-presidente americano Bill Clinton, que à saída disse apenas:
– Lula falou do seu plano para o Brasil e a América do Sul. Ele espera que as coisas melhorem para a Venezuela. Tivemos uma conversa, em geral, muito boa. Se ele quiser revelar, revela. Eu não devo.
Sobre o fundo de combate à miséria proposto por Lula, Clinton disse que é coerente com a idéia de que os ricos devem gastar mais dinheiro para ajudar os pobres.
– É uma boa idéia – completou.
O vice-presidente executivo da Nestlé na Europa, Lars Olofsson, disse que ficou impressionado com a determinação do presidente Lula:
Ele mostrou a determinação do seu programa. Ele tem a possibilidade de mudar os rumos do Brasil – disse, acrescentando que a Nestlé sempre achou o Brasil um mercado muito importante e que vai continuar investindo no País.