Lula pede a estrangeiros para desenvolver o Brasil

Genebra – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva incentivou empresários estrangeiros reunidos ontem na sede européia da ONU, em Genebra, a investir no Brasil. Os investimentos estrangeiros “podem dar um forte impulso a nosso desenvolvimento”, declarou Lula, ao inaugurar o encontro, o primeiro desse tipo organizado pela Conferência da ONU.

“Estamos dispostos a discutir projetos e propostas com a comunidade empresarial internacional e brasileira que possam facilitar os investimentos em meu país, em um clima de harmonia e respeito às leis e valores de nossa sociedade”, assegurou. “É fundamental criar oportunidades e opções econômicas para nossa imensa população”, afirmou ainda, acrescentando que a economia brasileira deve crescer entre 3% a 4% este ano.

Lula compareceu ante os cerca de 200 empresários que representavam grandes grupos internacionais como Nestlé, Alcatel ou Telefónica, acompanhado por vários membros de seu Governo, entre eles o chanceler Celso Amorim e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan. Os investimentos diretos no Brasil sofreram uma queda temporária, como ocorreu em toda a América Latina, de acordo com a Cnuded, o que foi considerado um retorno à situação de antes do boom do investimento global nos anos 90.

Mas novos investimentos são esperados em função das reformas fiscais e sociais patrocinadas pelo Governo brasileiro, segundo ainda a organização. Os empresários reunidos em Genebra mostraram-se entusiasmados com a perspectiva de levar seus interesses para o Brasil, mas pediram garantias sobre a estabilidade do país.

As empresas China Aluminium Group e China Minmetals Group anunciaram investimentos num total de US$ 3 bilhões em 2004 no Brasil. A intenção dos dois grupos foi divulgada após seminário sobre oportunidades de investimento no Brasil, realizado em Genebra, na Suíça. O presidente da China Aluminium Group, Jack Chen, disse que o investimento de sua empresa no Brasil será de US$ 1 bilhão em 2004. O aporte será feito através do que possivelmente será uma joint venture, que está sendo negociada com duas empresas brasileiras. Ele não divulgou o nome das empresas e disse que apenas uma delas será escolhida.

Chen disse que a empresa deve atuar não só na área de alumínio, mas ainda na de bauxita. “O mercado chinês precisa de um suprimento extra de alumínio de 4 milhões de toneladas por ano”, informou ele, dando a dimensão do volume de negócios do setor.

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