Lula diz que preço do petróleo a US$ 145 é ‘inconcebível’

O preço do barril de petróleo a US$ 145 é "inconcebível", na opinião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta semana, em paralelo à reunião anual de cúpula das sete economias mais ricas e a Rússia, o G-8, Lula sugeriu ao diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, que a instituição apresente explicações às sociedades e aos governos dos países membros sobre a especulação no mercado futuro de petróleo e de alimentos. Os ministros de Economia dos países do G-8 já haviam repassado ao FMI, no mês passado, a tarefa de realizar um diagnóstico sobre essa interferência da elevação dos preços do petróleo nas cotações das commodities agrícolas. Na última terça (8) Lula lamentou que essa vinculação continue ignorada pelos países do G-8.

"Ninguém quer discutir esse impacto que, no Brasil, chega a 30% do custo dos alimentos. Fico imaginando nos países menores, que não têm petróleo, como isso é ainda mais pesado. Isso implica nos fertilizantes, no frete e na energia consumida. É preciso ter um diagnóstico correto", disse Lula à imprensa.

Durante as conversas que ocorreram na manhã desta quarta (9) no Japão entre o G-8 e o G-5 – grupo que reúne o Brasil, a China, a Índia a África do Sul e o México -, Lula refutou mais uma vez a tese de que o aumento dos preços do petróleo se deva ao descompasso entre oferta e demanda, sobretudo ao aumento do consumo nas economias que estão puxando o crescimento econômico mundial, como a China e a Índia. A especulação financeira, na visão de Lula, gerou uma demanda virtual por petróleo equivalente ao do consumo atual da China.

Para ele, esse movimento partiu de setores que acumularam perdas desde o estouro da crise no mercado de crédito imobiliário dos Estados Unidos, no ano passado, e que orientaram seus investimentos ao mercado futuro de petróleo e de alimentos. "É inconcebível o petróleo estar a US$ 145. Não tem justificativa o custo, entre tirar o petróleo da terra ou do fundo do mar e levá-lo ao tanque de gasolina, estar a US$ 140", afirmou. "Se os presidentes dos países do G-8 não concordaram (com a proposta de encomendar estudos), pelo menos não discordaram. Esse é um diagnóstico que nós precisamos ter", completou.

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