Agricultura

Linha de crédito fortalece a agricultura familiar

Ajudar o agricultor familiar é o objetivo do programa Mais Alimentos, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), lançado há um ano. A meta é oferecer ao pequeno produtor rural uma linha de crédito que pode chegar até R$ 100 mil.

Além dessa soma, o Mais Alimentos oferece juros de 2% ao ano, parcelas que podem ser pagas em até dez anos e até três anos de carência para que o produtor comece a pagar o financiamento. O programa Mais Alimentos surgiu na época em que a crise global, em 2008, abalou toda a economia, gerando uma alta no preço dos alimentos. O objetivo era fortalecer a agricultura familiar contra as commodities agrícolas, alcançando, para isso, um excedente de produção na ordem de 18 milhões de toneladas até 2010. No Paraná, foram realizados 4.110 contratos de investimento, gerando quase R$ 200 milhões financiados.

De acordo com o coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar na Região Sul (Fetrafsul), Neveraldo Oliboni, existe uma demanda grande dos produtores paranaenses para fazer parte do Mais Alimentos. “Somente dos associados da Fetrafsul, são mais de dois mil projetos que estão sendo avaliados. Os agricultores familiares estão aderindo porque os benefícios para melhorar a sua propriedade rural são muitos e a forma de se pagar pelo empréstimo está bem facilitada”, diz Oliboni.

“Eu estou fazendo o meu processo para fazer parte desse projeto. Minha meta é melhorar ainda mais a minha produção de leite e o Mais Alimentos vai me dar condições para que isso aconteça. Com uma melhor qualidade do produto e capacidade de produção, certamente vou obter um lucro maior. Aqui na minha cidade, em Nova Prata do Iguaçu (sudoeste do Paraná), já são 55 agricultores esperando pelo benefício. Todos nós estamos na expectativa de ser atendido por esse trabalho do governo federal”, comenta.

Porém, não é apenas com crédito bancário que funciona o programa. Ele investe no melhoramento de solo e pastagens, sementes e genética. Além disso, há um incentivo para que a agricultura familiar torne-se mecanizada, facilitando o trabalho no campo. Financia ainda projetos para silos de armazenagem, construções e maquinas para realizar a ordenha, resfriadores, correção de solo, entre outros. “O programa é bem amplo e interessante. Ele investe principalmente em culturas como milho, mandioca, trigo, leite, feijão, arroz, cebola, café, aves, fruticultura, entre outras”, garante

Segundo informações da assessoria do MDA, a agricultura familiar representa 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Esse segmento produtivo é responsável, por exemplo, por 89% da mandioca, 67% do feijão, 70% dos frangos, 60% dos suínos, 56% do leite, 69% da alface e 75% da cebola produzidos no Brasil, tanto para o consumo interno como para exportação.

Produtividade

Os produtores rurais do assentamento Nova União, em São Pedro do Iguaçu, oeste do Estado, estão sendo atendidos pelo Mais Alimentos e começam a ver a produção de mandioca aumentar. De acordo com o técnico do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Claudemir Todescatt, com um investimento baixo já foi possível melhorar a produção do assentamento.

“Acredito que com o afofador e a plantadeira adubadeira obtidos por meio desse programa, os agricultores deverão ter um acréscimo R$ 20 por tonelada colhida. Além disso, eles não precisarão recorrer a trabalhadores temporários no período da colheita. Os assentados cultivavam com baixa tecnologia e pouco investimento. Encontramos no Mais Alimentos uma oportunidade para a aquisição de equipamentos que facilitam o plantio, aumentando a produção”, revela.

Outro benefício encontrado na modernização da lavoura de mandioca no assentamento está na amplia&cced,il;ão da área cultivada. Se na safra 2008/2009 a área plantada foi de 15,7 hectares, na próxima eles planejam estender para 72,5 hectares e colher mais de duas mil toneladas do produto, que já tem destino certo. “A região dispõe de indústrias de fécula e amido próximas ao município que demandam grande quantidade de matéria-prima com preço médio estável e com compra garantida da produção”, explica o técnico.

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