Problema no campo

Leite tem pesado mais no bolso do consumidor brasileiro

Quem compra leite com frequência já percebeu que o preço aumentou nos últimos meses. De acordo com o monitoramento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o longa vida encareceu 6,1% entre março e abril. Segundo especialistas, a alta ainda deve seguir por pelo menos mais um mês, porque a resposta para a elevação dos preços não está nos supermercados, e sim nas pastagens que recebem o gado leiteiro.

Segundo o Deral, de março para abril o valor pago ao produtor passou de R$ 0,81 para R$ 0,85, impactando três opções do leite no varejo. “O leite em pó de 400g mudou de R$ 8,11 para R$ 8,55. O longa vida passou de R$ 1,95 para R$ 2,07 e o pasteurizado subiu de R$ 1,59 para R$ 1,65”, detalha o veterinário técnico do departamento, Fábio Mezzadri.

“Isto é reflexo da baixa captação de leite, pois esta é uma época de transição. As pastagens de verão começam a decair e as de inverno ainda vão levar um tempo para se estabilizar até o animal poder se alimentar. Alguns produtores têm alimentação estocada, mas o clima impacta na produção de quem tem a criação mais extensiva”, explica Mezzadri. Metade deles passa pela queda na produção durante a entressafra, que vai de abril a setembro.

Deflação

Para o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Paraná (Sindileite), Wilson Thiesen, ainda não é possível saber por quanto tempo a alta permanecerá nem se os preços aumentarão ainda mais. “Nesta época sempre temos aumento, é sazonal, mas se considerarmos a deflação, os preços hoje ainda são menores que dos anos anteriores”, avalia.