Leilão de linhas comerciais não impede alta do dólar

Na dúvida com relação ao sucesso da empreitada do ministro da Fazenda, Pedro Malan, e do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, na próxima semana, em Nova York  para retomada de crédito ao Brasil, alguns bancos preferiram se garantir com recursos oferecidos nos leilões de hoje (23) para financiar linhas de comércio externo.

Como há procura no mercado por esse tipo de crédito, o valor demandado pelos bancos foi bem maior do que o ofertado inicialmente e o Banco Central fez um leilão a mais. Apesar de a operação aumentar o volume de dólares em circulação no mercado, a taxa de câmbio recuou apenas 1%, fechando a R$ 3,11.

No primeiro leilão, ocorrido no final da manhã, a demanda dos bancos chegou a US$ 264,35 milhões, superando em mais de duas vezes e meia os US$ 100 milhões oferecidos pelo BC. A taxa da operação, que tem prazo de 180 dias, no entanto, foi bastante salgada: 6,1% ao ano. ?Como o BC chamou outro leilão e o mercado viu que havia disposição de entrar pesado com novas vendas, a taxa recuou um pouco?, avalia um operador de um grande banco estrangeiro.

No segundo leilão, realizado no início da tarde, a demanda continuou forte e totalizou US$ 234 milhões, mas a taxa caiu para 4,81% ao ano. O montante final da venda foi de apenas US$ 100 milhões. ?Mesmo com a queda, o custo da operação ainda é considerado elevado. Essa taxa inclui um prêmio em função da incerteza quanto à retomada das linhas para o Brasil?, afirma a economista Sandra Utsumi, do BES Investimento.

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