Tendo como objetivo principal o fortalecimento da competitividade da mandioca paranaense, foram inaugurados ontem, em Paranavaí, uma panificadora experimental e um laboratório físico-químico voltados à mandioca e seus derivados. O projeto é encabeçado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), através do Instituto de Tecnologia do Paraná – Tecpar e executado com recursos provenientes da Finep – Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia. As unidades estão localizadas no Centro de Desenvolvimento Tecnológico e de Qualificação Profissional de Paranavaí e a solenidade de inauguração contou com a presença do presidente do Tecpar, Mariano de Matos Macedo.
O alvo do projeto é dar mais fôlego ao Arranjo Produtivo Local (APL) de mandioca de Paranavaí, por meio da capacitação técnica de seus agentes, criando infra-estrutura laboratorial para o seu desenvolvimento. O laboratório físico-químico está adequado para prestar serviços tecnológicos voltados à tecnologia da mandioca e seus derivados, por meio da prestação de serviços analíticos e de pesquisa e desenvolvimento. Já a panificadora e cozinha experimental está equipada para aplicações da mandioca e seus derivados, desenvolvendo receitas, promovendo cursos e incentivando seu uso. Para tanto, a estrutura contará com dois bolsistas (CNPQ) que irão operacionalizar o laboratório (bióloga) e a padaria piloto (nutricionista), depois de treinamento já realizado pelo laboratório de alimentos do Tecpar.
O APL Mandioca é composto por, aproximadamente, 2,5 mil produtores, 60 indústrias de farinha de mandioca, 16 indústrias de fécula, quatro indústrias de polvilho, além de indústrias de máquinas e implementos, gerando 15 mil empregos diretos em Paranavaí e região. De acordo com o IBGE, o Paraná é o terceiro maior produtor nacional de mandioca, atrás do Pará e da Bahia, com 144 mil hectares plantados. O Estado é o primeiro do segmento industrial, respondendo por 70% do produto nacional industrializado. O setor tem grande importância social para o Estado, pois, conforme informação dos produtores, cerca de 35 mil famílias se dedicam à exploração da atividade, que envolve cerca de 200 mil pessoas, gerando ainda mais de 40 mil empregos diretos.
A cadeia produtiva conseguiu avanços nos últimos anos, incluindo a organização do seu APL. Mas até a aprovação desse novo projeto havia carências, como a falta de estudos e pesquisas, necessidade de maior divulgação dos já escassos trabalhos existentes na área, e dificuldade de acesso às tecnologias existentes, o que começa a ser corrigido com o início do funcionamento da unidade instalada pelo Tecpar em Paranavaí.
APL
Arranjos produtivos são aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros locais, tais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Quando o conceito é aplicado à noção de território, recebe a denominação de ?Arranjo Produtivo Local? (APL). Um APL objetiva a promoção do desenvolvimento por meio de parcerias e compromissos para estimular investimentos dos agentes locais, visando a integração econômica e social.