Kraft inaugura nova planta industrial

A Kraft Foods inaugurou ontem a nova fábrica de produtos em pó (sucos, sobremesas e fermento), em Curitiba, com investimentos de US$ 5 milhões. A planta concentra toda a linha de alimentos e bebidas em pó da empresa no Brasil, sendo a maior da Kraft no mundo, fora a América do Norte. Novecentos funcionários trabalham na fábrica. Destes, quatrocentos foram contratados especialmente para esta nova fase. Anteriormente, a unidade produzia apenas sucos em pó.

O presidente da Kraft Foods, Aristides de Macedo, explica que a nova planta surgiu da oportunidade de juntar duas fábricas separadas geograficamente para a otimização dos custos. A produção de alimentos e bebidas em pó foi transferida de Jundiaí, no interior de São Paulo, para Curitiba. Além disso, as máquinas da planta paranaense estão sendo usadas tanto para sucos quanto para sobremesas, o que constitui mais uma oportunidade para a redução dos custos. Também foi adquirido um equipamento para sucos em pó da multinacional na Turquia, o que aumenta a capacidade da planta. Com isso, a produção dos três itens foi duplicada na fábrica em Curitiba, atingindo cem mil toneladas anuais.

A Kraft possui a liderança em sucos, sobremesas e fermento em pó no mercado brasileiro, com participação de 47%, 35% e 76%, respectivamente. O comércio de fermento em pó no Brasil movimenta R$ 150 milhões por ano; de sobremesas em pó, R$ 250 milhões anuais; e bebidas em pó, R$ 800 milhões a cada ano. Em 2005, até o momento, houve crescimento nos três segmentos. As vendas de bebidas em pó aumentaram 19%; fermento em pó, 5%; sobremesas em pó, 12%. ?Há expectativas de crescer o ano que vem em todas as categorias. Temos estabilidade ou ganho nas participações no mercado, com performances iguais ou superiores?, aponta Marcelo Izzo, diretor de bebidas e groceries da Kraft Foods Brasil, evitando divulgar os números reais de aumento previsto.

A unidade de Curitiba começou este ano a exportar sucos em pó para Angola, Moçambique e África do Sul, além do fermento em pó e chocolates que já vendia para o exterior. ?As exportações fazem parte de uma estratégia global. Concorremos com outras fábricas da Kraft no mundo, como Taiwan e Indonésia?, explica Macedo. As exportações representam 5% do faturamento da fábrica de Curitiba.

De acordo com o presidente da empresa, o Brasil – com investimento de US$ 700 milhões nos últimos 12 anos – é um dos países prioritários dos investimentos da corporação mundial. Os outros são China, Rússia, Índia e México. O faturamento brasileiro no ano passado chegou aos R$ 3 bilhões, mais de 60% desta receita foi fruto do trabalho da fábrica paranaense. O País possui sete fábricas da Kraft, sendo três delas situadas em Curitiba, que abrigam quatro mil funcionários. Outros três mil estão espalhados pelas outras unidades do País. A norte-americana Kraft Food é a segunda maior indústria de alimentos no mundo e está presente em mais de 150 países.

Macedo comenta que o quadro de instabilidade na política nacional não afeta os investimentos estrangeiros na filial brasileira. ?As empresas determinam investimentos quanto às prioridades estratégicas, oportunidades, recursos naturais e humanos. E também em cima do ambiente político. O Brasil, historicamente, se mostrou aberto aos investimentos estrangeiros. Isto é muito apreciado por qualquer investidor?, avalia. O presidente da empresa acredita que a simplificação das leis trabalhistas e as reduções das taxas de juros e da carga tributária estimulariam ainda mais este cenário.

O câmbio baixo, segundo Marcelo Izzo, tem permitido a queda dos preços ao consumidor. Há poucos dias, o valor das sobremesas em pó caiu 6%. Em 2005, um dos sucos em pó fabricados pela Kraft passou de R$ 0,78, o pacote, para R$ 0,69. No ano passado, os sucos em pó sofreram redução de 8%. 

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