Juro continuará em alta, mas inflação fica estável

No relatório semanal divulgado pelo Banco Central, os analistas de mercado acreditam num aumento da taxa básica de juros de 0,5 ponto percentual sobre os atuais 18,25% ao ano. É a segunda semana consecutiva em que há elevação da expectativa. De acordo com o Boletim Focus, que traz a pesquisa do BC, a atual taxa de juros será elevada para 18,75% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece na semana que vem. Acima, portanto, da perspectiva de 18,50% manifestada na semana passada.

Com isso, a projeção anterior de a taxa de juros encerrar o ano em 16,50% subiu para 16,75%, e afetou também a perspectiva para o encerramento de 2006, elevando a taxa de 14,50% para 15% ao ano. A taxa média deste ano, antes estimada em 17,64%, subiu para 18,25%.

O mercado trabalha com expectativa de que a taxa de câmbio, hoje no patamar de R$ 2,60, se recupere um pouco, gradativamente, de modo a fechar o ano em R$ 2,87 (ante R$ 2,90 na semana anterior); e a projeção para o final de 2006, que era de R$ 3,09 por dólar norte-americano caiu para R$ 3,00.

O Boletim Focus mostra o mercado mais confiante quanto à entrada de investimento estrangeiro direto no País, e a projeção anterior, de US$ 13 bilhões, aumentou para US$ 14 bilhões neste ano, com expectativa de US$ 15 bilhões em 2006.

Os analistas de mercado estimam que o superávit da balança comercial neste ano será de US$ 26,49 bilhões (US$ 26,50 bilhões no boletim da semana passada), e a projeção para o ano que vem aumentou de US$ 24 bilhões para US$ 24,18 bilhões, de sorte a garantir saldo de US$ 3 bilhões em contas correntes externas este ano.

De acordo com a pesquisa do BC, a projeção para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 3,70% (4% no ano que vem). Já a produção industrial terá crescimento estimado em 4,65%, levemente acima dos 4,63% da pesquisa anterior; e a relação entre dívida líquida do setor público e PIB deve encerrar 2005 em 51,40%, com perspectiva de descer a 49,90% no final de 2006.

Inflação estabilizada

O comportamento dos preços dá sinais de estabilidade, tanto no varejo quanto no atacado, de acordo com o Boletim Focus. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para as metas oficiais, deve encerrar este ano em 5,75%, e não mais nos 5,74% projetados na pesquisa anterior. Essa elevação contradiz a perspectiva de queda do Índice de Preços ao Consumidor, medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica da Universidade de São Paulo. O IPC-Fipe da semana passada previa inflação de 5,47%, e agora projeta 5,39%.

No atacado, o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) prevê evolução de 6,20% para 6,21%, ao passo que o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) estima redução de 6,39% para 6,19%. A pesquisa Focus manteve a projeção de 7% para o reajuste acumulado de tarifas dos preços administrados (combustíveis, energia, telefonia e outros).

A expectativa do mercado é de que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgue o IPCA de janeiro em torno de 0,60%, enquanto a projeção para a inflação deste mês permanece nos mesmos 0,65% da semana anterior, um pouco acima da de janeiro, por causa, principalmente, dos preços escolares, que aumentam sempre em início de ano letivo.

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