O ministro das Relações Exteriores do Japão, Nobutaka Machimura, disse ontem que a Rússia terá o apoio japonês para integrar a OMC (Organização Mundial do Comércio) até o fim deste ano. ?O Japão apóia a adesão da Rússia à OMC até o fim deste ano?, disse Machimura em um evento, em Tóquio, do qual também participou o ministro da Indústria e Energia russo, Viktor Khristenko. Segundo o ministro japonês, as negociações entre o Japão e a Rússia sobre esse assunto estão praticamente concluídas.
O governo russo já concordou em assinar 31 dos 60 acordos necessários para integrar a OMC – o mais importante deles foi assinado em maio do ano passado com a União Européia, principal parceiro comercial da Rússia.
O país tem ainda, no entanto, que conquistar o apoio dos EUA para ingressar na organização. O governo americano se comprometeu a cooperar com a Rússia para que ingressasse na OMC ainda neste ano, mas as negociações entre os dois países em pontos como serviços, aviação civil e proteção à propriedade intelectual têm sido difíceis.
Conselho de Segurança
O apoio à entrada da Rússia na OMC pode ser uma tentativa do governo do Japão de ganhar um reforço em sua pretensão a um assento permanente no Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas), do qual a Rússia já é membro permanente.
O governo russo, no entanto, já havia empenhado a palavra com a Índia no ano passado. Rússia e Índia manifestaram intenção de se apoiarem para o ingresso na OMC e no CS respectivamente.
?A Índia apóia a entrada da Rússia na OMC, trabalhamos ativamente nisto?, disse em dezembro do ano passado o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, durante evento, do qual participou também o presidente russo, Vladimir Putin, em visita à Índia.
Putin, por sua vez, disse que ?a Índia é um grande país, um parceiro estratégico para a Rússia?. ?Para nós, a Índia é o país número um? na lista dos que pleiteiam um assento permanente no CS.
A entrada da Rússia na OMC é uma das principais metas de Putin desde que chegou ao Kremlin, em 2000. São necessários os votos de todos os seus 148 membros para a entrada na organização.
Também estão no páreo para a entrada no Conselho de Segurança da ONU a Alemanha e o Brasil. O governo brasileiro recebeu da China – que também é membro permanente do CS -, no ano passado, a promessa de apoio para entrada no organismo.