Isolada área no Rio Grande do Sul com a doença Newcastle

Foto: Arquivo/O Estado

Doença que aparece apenas em aves, não atinge o ser humano.

O Ministério da Agricultura determinou um raio de 10 km de isolamento a partir de uma pequena propriedade da região de Vale Real, a 90 km de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde foi confirmado por meio de testes de laboratório um caso da doença de newcastle. ?Todo trânsito e transporte de aves está impedido?, disse o diretor adjunto do Departamento de Saúde Animal, Guilherme Marques, do ministério.

Carros e pessoas que passarem pela região terão tratamento especial. No caso dos veículos, as rodas serão desinfetadas. No caso das pessoas, o procedimento será feito com os sapatos. Segundo Marques, será feita uma investigação nas propriedades da região para saber se houve o ?escape? da doença.

Até que essa investigação seja concluída, o comércio de frangos e outras aves da região para exportação ou consumo interno está proibido. ?Precisamos saber a dimensão do problema?, comentou o diretor.

Ele explicou que desde o dia 4 de maio a pequena propriedade, onde foi confirmado o caso da doença, está isolada. Na região é comum a atividade de criação de frangos em pequenas propriedades. Desde que foi notificada a suspeita, as 44 aves que estavam alojadas nessa fazenda foram sacrificadas e a investigação para saber se o vírus tinha se espalhado começou a ser feita imediatamente. ?Até agora não foram detectados sinais semelhantes em outras propriedades?, disse Marques.

Além do trabalho de investigação, o Ministério da Agricultura deve divulgar uma nota técnica esclarecendo a população de que não há risco de consumir a carne de frango. ?A doença de Newcastle não é uma zoonose. É uma enfermidade que só atinge as aves?, garantiu.

A transmissão da doença é feita por meio de excrementos de aves ou de forma horizontal, ou seja, de ave para ave. ?O homem não é suscetível à doença. Ele pode, ao manusear as aves doentes, carregar o vírus. Mas não há risco para o ser humano?, afirmou.

A nota técnica que foi divulgada hoje já foi encaminhada pelo governo brasileiro aos países importadores de carne de frango e também à Organização Mundial de Saúde Animal. O mais recente caso da doença tinha sido registrado em Goiás, em 2001.

Marques acrescentou que a maioria dos países importadores aceita o trabalho de investigação num raio de 10 km, como está sendo feito pelo Brasil. No entanto, os países africanos e o Japão pedem uma investigação num raio de 50 km. No caso de Cuba, a exigência é para 20 km. ?Frigoríficos e granjas que estão num raio de 10 km não poderão exportar e, por isso, não deve haver restrição comercial?, concluiu.

SC fecha fronteira

A Secretaria da Agricultura de Santa Catarina editou ontem instrução de serviço que suspende temporariamente a entrada de aves e ovos oriundos do Rio Grande do Sul em seu território. A medida foi adotada em caráter preventivo, após a notificação de um caso da doença de Newcastle em criação doméstica de frangos em Vale Real (RS).

O texto da instrução recorda que Santa Catarina foi declarada pelo Ministério da Agricultura como livre da enfermidade em setembro de 2003. O Estado não registra casos da doença de Newcastle desde 1984. Além de proibir temporariamente o ingresso e passagem de aves e ovos do Rio Grande do Sul para qualquer finalidade, a restrição abrange também carnes de aves e subprodutos de origem avícola.

O Sindiavipar – sindicato que reúne produtores de frango no Paraná – considerou ontem que ?todas as medidas necessárias para evitar a propagação do foco foram adotadas pelas autoridades sanitárias do Rio Grande do Sul, e que os importadores internacionais vão reconhecer os esforços do Brasil para conter a doença?.

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