Irlanda deve avaliar necessidade de ajuda, diz Alemanha

O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse hoje que o governo da Irlanda é o mais indicado para julgar sua própria situação e que o governo alemão vai ouvir o que os irlandeses têm a dizer antes de tirar quaisquer conclusões sobre se o país precisa ou não de um resgate. Algumas autoridades da zona do euro – que reúne os 16 países que utilizam o euro como moeda – acreditam que a Irlanda deve buscar ajuda da União Europeia para acalmar os mercados de bônus governamentais, que estão extremamente voláteis. Até agora, a Irlanda tem resistido em solicitar essa ajuda.

Schäuble disse que vai ouvir o ministro de Finanças da Irlanda antes de tomar uma decisão sobre o assunto. “Nós vamos receber um relatório dos nossos colegas agora e, depois, vamos discutir essa questão. O governo da Irlanda sabe o que vai nos dizer, e nós estamos preparados para discutir. Não faz sentido ficar especulando sobre isso”, disse.

A ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, que também chegou a Bruxelas para a reunião do Eurogrupo, que reúne os ministros de Finanças dos países da zona do euro, disse que seu país está pronto para ajudar a Irlanda. “Se a Irlanda precisar de ajuda, nós vamos ajudar. Mas a Irlanda não pediu ajuda até agora. O reconfortante é que nós temos um mecanismo instalado, nós temos um processo que sabemos como utilizar. Nós aprendemos com a crise da Grécia e isso é um problema mecânico”.

Juntamente com Irlanda e Portugal, a Grécia identificou que as pressões da Alemanha para que esses países realizem uma reestruturação da dívida após 2013 são a principal fonte das recentes turbulências nos seus mercados de bônus. Os alemães defendem que o fundo europeu de estabilização financeira de 750 bilhões de euros, criado após a crise da Grécia, seja extinto no fim de 2013.

Mas Schäuble sugeriu que a Grécia evite fazer tal crítica em público, já que está recebendo ajuda financeira da UE. “A Grécia tem recebido muito solidariedade da Europa e da Alemanha, mas não se pode esquecer que a solidariedade não é uma via de mão única”, comentou. As informações são da Dow Jones.

Voltar ao topo