EXPECTATIVA

Ipea: famílias do Sul veem finanças com preocupação

As famílias da Região Sul acreditam estar em uma situação financeira pior do que no ano passado. Em 2010, aproximadamente 20% das famílias do Sul consideravam que as finanças estavam preocupantes. Agora, esse índice subiu para 25,1%, de acordo com o Índice de Expectativa das Famílias, divulgado na manhã desta quinta-feira (10), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Sendo a região brasileira com menor proporção de famílias muito endividadas, o Sul teve, em fevereiro, 5,2% das famílias com um elevado grau de endividamento, uma diminuição em relação ao mês anterior (6,3%). Das pessoas que têm contas atrasadas no Sul, 37,8% admitem que não vão ter condições de pagar, levando-se em conta a sua situação atual.

Outros 32,7% dos sulistas afirmam que vão poder quitar parte das suas contas e outros 27,6% vão conseguir pagar todas as dívidas. Do total, 5,05% dizem que planejam fazer um financiamento ou empréstimo nos próximos três meses. A avaliação do Ipea é de que, apesar das elevadas taxas de juros cobradas do consumidor brasileiro – que já se tornou rotina há muitos anos – o risco de alta taxa de inadimplência permanece moderado.

Mesmo com esses dados, quando perguntadas sobre como deve ser a situação financeira da família para o ano que vem, 75,1% das pessoas respondem que deve ser melhor que a atual. Em todo o Brasil, é possível perceber que famílias de classes mais elevadas, na faixa entre cinco e dez salários mínimos ou aquelas que recebem mais de dez salários mínimos são as mais otimistas: mais de 87% delas acreditam estar em situação financeira melhor daqui a um ano.

Esse índice cai conforme também diminui a faixa salarial das pessoas, até atingir o valor mais baixo, mas que ainda é a maioria: 78% dos entrevistados que ganham até um salário mínimo são otimistas em relação às contas no futuro.

Entre as famílias entrevistadas, ainda percebe-se que os brasileiros, de forma geral, permanecem otimistas em relação à situação socioeconômica do País. No entanto, esse índice apresentou redução de 2,8%, se comparado o mês de fevereiro com os 30 dias anteriores. A avaliação leva em conta a expectativa da família sobre a situação econômica nacional e a percepção entre a condição financeira passada e a futura, além de expectativas sobre consumo, endividamento e mercado de trabalho.