IPC mostra deflação de 0,11% em junho

Curitiba registrou variação de -0,11% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em junho. Desde fevereiro de 2001 (-0,17%) não se registrava uma taxa negativa na pesquisa do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), que mede o custo de vida para famílias com renda mensal entre um e quarenta salários mínimos. A deflação de junho foi a terceira menor da série histórica, iniciada em janeiro de 99, atrás ainda do IPC de agosto de 99 (-0,12%). A queda de 0,62 ponto percentual em relação ao índice de maio (0,51%) deixou o acumulado do ano em 5,05%. Nos últimos doze meses, o IPC teve variação de 13,90%. Esse indicador vinha com oito aumentos consecutivos, atingindo o pico de 14,65% em maio.

A deflação surpreendeu os técnicos do Ipardes. “Esperava-se uma taxa próxima de zero, mas positiva”, comentou o economista Gino Schlesinger. Dos 343 produtos pesquisados, 146 apresentaram queda de preço, 166 tiveram aumento e 31 ficaram estáveis.

Com redução de 0,93%, o grupo Transporte e Comunicação – que representa 24,5% dos orçamentos familiares -exerceu a principal influência no índice negativo. A gasolina (-6,17%) foi o item de maior contribuição para a queda do IPC, respondendo sozinho por -0,15 ponto percentual. O álcool também ficou mais barato (-11,80%), impactando o índice em -0,14. Em dois meses, o preço dos combustíveis recuou 13,7% em Curitiba. O maior aumento do grupo foi verificado nas passagens de ônibus intermunicipal (20,84%).

A principal surpresa do mês de junho ocorreu no grupo Alimentos e Bebidas, com retração de -0,68%. Esse grupo não apresentava queda desde março de 2002. Os produtos industrializados, que representam 9,5% do índice geral, tiveram queda de -0,40%, mas também houve diminuição nos produtos in natura (-6,68%) e semi-elaborados (-1,45%). Colaboraram para a redução: batata inglesa (-14,74%), frango inteiro resfriado (-8,03%), açúcar refinado (-8,47%) e tomate (-15,48%). Com alta, aparecem: refeição fora de casa (1,86%), arroz (7,32%) e leite pasteurizado (2,12%). Outro grupo com redução de preços foi Artigos de Residência (-0,22%).

O maior aumento do mês foi registrado em Vestuário (2,34%). Os economistas ressaltaram que a alta foi motivada mais pela elevação dos preços de calçados do que de roupas. “No inverno, costuma aumentar o preço de sapatos femininos e botas”, detalhou Schlesinger. Também tiveram variações positivas: Saúde e Cuidados Pessoais (0,52%), Habitação (0,27%) e Despesas Pessoais (0,12%).

Julho

Para julho, os técnicos do Ipardes projetam IPC próximo de zero, porém positivo. “Na primeira semana, os combustíveis tiveram um pequeno reajuste, alimentos e bebidas não devem repetir a queda e a variação de vestuário deve se aproximar de zero”, aponta o economista do Ipardes. O que geralmente pressiona a inflação em julho são as tarifas públicas. Os aumentos das tarifas de energia elétrica, que no Paraná só valerá para os usuários que efetuarem o pagamento com atraso, e da telefonia fixa (suspenso por liminar judicial) impactariam positivamente o índice em 0,42 ponto percentual – 0,21 cada. A única alta prevista é de 16% no seguro-apagão.

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