Inflação de fevereiro em Curitiba foi de 0,15%

Curitiba terminou o mês de fevereiro com a inflação de 0,15%, menor em relação a janeiro quando foi registrado 1,21%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) pesquisado pelo Ipardes, analisa o custo para famílias que recebem até 40 salários mínimos. Com o resultado de fevereiro, o acumulado do ano sobe para 1,36% e dos últimos 12 meses (março de 2005 a fevereiro de 2006) para 4,90%.

A queda no índice foi estimulada, principalmente, pelos preços do grupo Vestuário, único grupo com variação negativa no mês de fevereiro (-3,51%), segundo informa a diretora do Centro Estadual de Estatísticas do Ipardes, Sachiko Lira. Segundo ela, os principais responsáveis por este resultado foram: blusa feminina (-8,41%), calça comprida masculina (-4,88%), vestido para adulto (-16,88%), conjunto infantil (-15,81%), blusa e camiseta infantis (-9,87%) e calça comprida feminina (-4,22%).

A segunda maior influência foi atribuída a Despesas Pessoais, com variação de 0,96%. Destacaram-se as altas de preços de ingresso para futebol (56,99%), brinquedos e jogos (7,29%), serviços de diarista (3,01%) e cursos de idiomas e informática (3,86%). Com queda: serviços de empregada doméstica mensalista (4,09%).

Com alta de 0,36%, Transporte e Comunicação sofreu, principalmente, a influência da alta de IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotivos –  (9,63%). As quedas de preço que influenciaram o comportamento do grupo foram: passagem de avião (5,52%), seguro voluntário de veículo (5,25%) e automóvel de passeio nacional zero km (0,51%).

Em Saúde e Cuidados Pessoais (0,31%), os itens de maior influência foram medicamentos (remédios), com alta de 2,29%, e plano de saúde, com queda de 3,87% em seus preços.

Também com uma ligeira alta, Habitação e Artigos de Residência terminaram o mês com índices de 0,33% e 0,90%, respectivamente. No primeiro grupo, destacam-se as contribuições dos itens aluguel de moradia e condomínio, que tiveram aumento de 0,69% e 1,68%, respectivamente. Já em Artigos de Residência, as principais contribuições foram a alta do item videocassete (12,50%) e queda de móvel para copa e cozinha (4,83%).

Em fevereiro, o único grupo que manteve estabilidade de preços foi Alimentos e Bebidas, que, em média, apresentou variação igual a 0,00%. Os produtos que mais contribuíram para este resultado foram: frango inteiro resfriado (-11,33%), açúcar refinado (15,89%), almoço e jantar – refeição (1,42%) e batata-inglesa (-13,85%).

O Índice de Preços ao Consumidor, calculado pelo Ipardes, é divulgado mensalmente e está disponível no site www.ipardes.gov.br. Para o período de referência, foram coletados aproximadamente 65 mil preços de 340 produtos e serviços.

Preços ?administrados? registraram alta de 0,45%

A cesta de tarifas públicas voltou a subir em Curitiba. Depois da queda de 0,18% registrada em janeiro, em fevereiro houve variação positiva de 0,45%. Entre os itens monitorados, a gasolina foi que mais pressionou o índice, com aumento de 2,27%. Também houve o aumento do álcool combustível (1,37%) e de serviços de telefonia móvel (o minuto do celular subiu 4,71%), mas eles não compõem a cesta de tarifas públicas analisada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), em parceria com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).

Com o resultado de fevereiro, os preços administrados e monitorados apresentam alta de 0,15% no acumulado do ano (janeiro e fevereiro). Já no acumulado dos 12 meses, a alta é de 4,66%. Em fevereiro, uma família curitibana gastou cerca de R$ 485,92 em serviços públicos.

Em Curitiba, o preço médio do litro da gasolina passou de R$ 2,381 em janeiro para R$ 2,435 em fevereiro. De acordo com o economista do Dieese-PR, Sandro Silva, houve aumento da margem de lucro dos donos de postos, de R$ 0,20 por litro para R$ 0,26. Mas a alta mais expressiva da gasolina em Curitiba foi observada entre a última semana de fevereiro e a primeira de março. Nesse período, segundo dados da Associação Nacional do Petróleo (ANP), o litro da gasolina passou de R$ 2,465 em média para R$ 2,555 – alta de 3,65%. ?Houve aumento tanto da margem de lucro como do preço nas distribuidoras?, apontou Silva. A margem média de lucro neste período passou de R$ 0,285 para R$ 0,330, enquanto o preço da gasolina na distribuidora cresceu de R$ 2,18 para R$ 2,23.

Para março, a expectativa é que a gasolina pressione de novo a inflação. Na comparação da primeira semana de março com o mês de fevereiro, o preço do combustível já subiu 6,28%. Também o gás de cozinha pode pressionar, com o aumento de 2,22% verificado ainda na primeira semana do mês. Com isso, os preços administrados e monitorados fechariam março com alta de 1,52%. Mas Silva não acredita que o índice chegue a este nível. ?O índice deve ser positivo, mas não neste patamar. O preço da gasolina, por exemplo, deve recuar.?

Em fevereiro, Curitiba apresentou a sexta gasolina mais barata do Paraná, entre 31 municípios pesquisados. A mais em conta foi encontrada em Londrina, a R$ 2,344 e a mais cara em Laranjeiras do Sul, a R$ 2,614. Já entre 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, Curitiba registrou a terceira gasolina mais barata (R$ 2,435), atrás de Belo Horizonte (R$ 2,352) e São Paulo (R$ 2,37).

Com relação ao álcool combustível, o preço não pára de subir desde junho do ano passado, quando era comercializado a R$ 1,092 o litro, em média, em Curitiba. Em fevereiro, fechou a R$ 1,782 – ou seja, aumento acumulado de 63% no período, por conta principalmente da majoração nas distribuidoras. De julho de 2005 a fevereiro último, o preço do álcool nas distribuidoras cresceu 71,8%. (Lyrian Saiki)

Voltar ao topo