Indústria gráfica intensifica investimentos

Depois de três anos de quedas sucessivas no faturamento bruto, a indústria gráfica brasileira começa a vislumbrar dias melhores. Para esse ano, a expectativa é de estabilidade, mas para 2004, já se fala em números positivos. “O ano foi recessivo para todos, mas de outubro para cá houve um reaquecimento. Com o final de ano, está havendo boa demanda no momento”, relata o presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica – regional Paraná, José Toaldo Filho. “Se empatarmos o resultado com o ano passado, já está bom, mas para o ano que vem, estamos otimistas, com meta de 10% a 15% de crescimento”, informa, destacando que para atingir esse objetivo, as empresas terão que ser mais agressivas. “O parque gráfico paranaense é grande e moderno, o que nos torna bastante competitivos”.

De olho no potencial do mercado gráfico do Paraná, duas novas empresas estão se instalando no Estado. A Wil-ling Trading, que começou as atividades em 1998 em Santo André (SP) e há dois anos abriu a primeira filial em Porto Alegre, inaugura no dia 5 de janeiro sua filial em Curitiba. O barracão de 200 metros quadrados no bairro Parolim vai fornecer chapas off-set, filmes e blanquetas importadas da China para todo o Paraná através de uma rede de revendedores. “Enquanto a maioria das empresas coloca escritórios de representação nos estados, teremos no estoque toda a linha de produtos e estrutura para atender o mercado do Paraná, que tem muito potencial para ser explorado”, comenta o diretor comercial, Roberto Bocato.

Inicialmente, as mercadorias virão de São Paulo, mas a idéia é importar pelo Porto de Paranaguá num futuro próximo. “Isso deve acontecer dentro de três a quatro meses, quando as vendas alcançarem um volume que compense”, explica Bocato. “O mercado esteve parado, em recessão, mas agora começa a se movimentar”. A Willing estima que o retorno do investimento de US$ 80 mil seja alcançado ainda no primeiro semestre de 2004. “Esperamos que, dentro de alguns messes, esse mercado gere pelo menos US$ 100 mil de faturamento bruto mensal, apesar da forte concorrência”, diz o diretor. Na unidade paulista da Willing, que distribui produtos para todo o País, o faturamento mensal gira em torno de US$ 420 mil. Ainda em 2004, a empresa tem planos de abrir filiais no Rio de Janeiro e Salvador.

Outro investimento, de R$ 500 mil, será feito pela Uvpack, também de São Paulo, que vai inaugurar uma unidade de acabamentos especiais em Araucária no dia 1.º de dezembro. A intenção da empresa com a nova unidade é atender os três estados da região sul, “mantendo preço competitivo, qualidade e rapidez nos prazos de entrega”, salienta a coordenadora de marketing da Uvpack, Andréa Prado.

A opção pelo Paraná, segundo ela, foi baseada em pesquisas no mercado gráfico, que apontaram alto consumo de acabamentos especiais na região. “A distância que nos encontramos foi um fator muito importante para a tomada de decisão, pois em alguns casos deixávamos de atender devido ao prazo de entrega e custo de frete”, cita Andréa. Com capacidade de produção para 1,8 milhão de folhas por mês, a previsão da Uvpack é atingir faturamento mensal de R$ 150 mil e crescimento anual de 10%.

Mercado

Conforme dados da Abigraf, o faturamento bruto da indústria gráfica brasileira chegou a US$ 6,72 bilhões em 2000, caindo para US$ 5,28 bilhões em 2001 e US$ 4,52 bilhões no ano passado. O setor representa aproximadamente 1% do PIB brasileiro. Com 1.182 estabelecimentos, o Paraná representa 7,8% do total nacional, gerando 13.228 empregos. O Estado é o quinto em participação setorial, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. As novidades do setor estão expostas em Curitiba, até sábado, 29, no Centro de Exposições do Parque Barigüi, durante a Tecgraf – 3.ª Feira de Tecnologia para a Indústria Gráfica, Papel e Embalagem.

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