Sustentabilidade

Índice verde pode se tornar realidade em 2015

O consumidor no Brasil e no mundo poderá ter a noção exata do quanto o produto escolhido por ele está afetando o planeta em quatro anos. Isso porque um consórcio formado entre gigantes dos setores produtivos, varejistas e a Universidade de Arkansas, desde 2009, trabalha na criação de um índice de sustentabilidade que apresente o detalhamento de fatores como: emissão de gases causadores de efeito estufa, massa de embalagens e uso de recursos como água e energia elétrica. A iniciativa no âmbito mundial possui no Projeto Sustentabilidade de Ponta a Ponta, criado pelo Walmart Brasil, uma ação que vem a contribuir para um ambiente favorável à implementação desse indicador, tão logo ele seja formado, uma vez que trabalha junto aos fornecedores da rede na reformulação dos ciclos de vida dos produtos no que tange a chamada “pegada ecológica”.

De acordo com o gerente de sustentabilidade do Walmart Brasil, Felipe Zacari Antunes, as duas ações estão compassadas com os compromissos globais de sustentabilidade assumidos pelo Walmart. “Todos os 15 países onde a rede está presente estão desenvolvendo ações para trabalhar os fornecedores e o entendimento e a visão do consumidor sobre o assunto”. Ele conta que além de agregar valor às marcas devido ao compromisso ambiental, os fornecedores que participaram da primeira edição do Ponta a Ponta, em 2010, no intervalo de um ano puderam perceber crescimento médio de 40% nas vendas de tais produtos, que tiveram alterações nas cadeias produtivas para terem um menor impacto no meio ambiente.

“A questão da sustentabilidade passa por inovação e eficiência no processo produtivo, tanto que alguns participantes da primeira edição conseguiram reduzir os custos. Por outro lado, os fornecedores que, em um primeiro momento, tiveram seus custos aumentados, em um ano, viram que a vinculação da sustentabilidade à qualidade garantiu aumento considerável nas vendas”, informa Antunes, ressaltando que os produtos se destacaram mesmo diante da concorrência com outros fornecedores e sem grandes informações quanto a “pegada ecológica”.

A ideia é que o índice funcione como, hoje, é a tabela nutricional dos produtos alimentícios. “Essa proposta somada a qualidade e preços competitivos tende a garantir maior participação no mercado dos fabricantes que levarem isso em conta”, orienta.

O compromisso global da rede tem interferido, inclusive, na seleção de novos fornecedores. “Sem dúvida é um dos critérios considerados”, afirma Antunes. Todavia é com as marcas próprias brasileiras, dentre as quais Bompreço e Sentir Bem, que o Walmart testa e fomenta as iniciativas de sustentabilidade. As embalagens das aveias, por exemplo, são certificadas pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC), que assegura que o papelão provém de madeira de reflorestamento. Além disso, os produtos das marcas própria do Walmart, trazem nas embalagens informações com maior profundidade sobre o impacto ambiental e o material usado. “Nelas, o consumidor que separa o lixo tem a clareza de qual material é feito o produto e a sua correta destinação”, aponta.

Descontos

Como não poderia deixar de ser, a redução do uso de sacolas plásticas também faz parte dos compromissos de sustentabilidade da rede varejista que, até 2013, pretende reduzir para 50% o uso de sacolas por loja no mundo. “No Brasil, em 2010, atingimos 40% de eficiência no uso das sacolas”, informa o gerente de sustentabilidade do Walmart Brasil.

Isso significa que faltam 10% para chegar à meta global. Além de lançar mão de produtos alternativos como caixas organizadoras e sacolas de plásticos, que em 2,5 anos representaram R$ 2,5 milhões em vendas no Walmart Brasil, os supermercados da rede, exceto o Max que atende o atacado, trabalham com uma política de descontos para quem dispensa as sacolas. Chamado de Programa Cliente Consciente Merece Desconto, no Paraná está em vigor desde maio de 2009, nas lojas BIG, TodoDia e Mercadorama.

Nele, a cada cinco produtos, o consumidor recebe R$ 0,03 de desconto (valor equivalente a uma sacola). A partir do sexto produto, o abatimento é calculado proporcionalmente. No Brasil, mais de R$1,3 milhão em descontos foram concedidos o que equivale a 45 milhões de sacolas plásticas entre o período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010. No Paraná, de maio de 2009 a dezembro de 2010, foram R$ 307 mil em descontos e mais de 10 milhões de sacolas a menos no meio ambiente.