Inadimplência cai em Curitiba e região

A taxa de inadimplência do consumidor de Curitiba, Região Metropolitana e litoral paranaense em abril registrou nova baixa em relação ao mês anterior, atingindo 0,04% do saldo líquido entre registros novos e cancelados no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) em comparação ao número de consultas realizadas em janeiro. A taxa é ainda menor que a registrada em março, de 0,08%, segundo a Associação Comercial do Paraná. Assim, a inadimplência líquida anualizada, correspondente ao período entre maio de 2005 e abril de 2006, tornou-se a menor de toda a série histórica da ACP desde 1995: 0,07%.

O SCPC, por sua vez, registrou queda de 2,48% no volume de consultas em relação ao mês anterior. Foram 411.408 consultas em abril de 2006 ante 421.857 em março. O saldo de exclusões no mês foi de 165 (34.850 inclusões ante 35.015 exclusões); abaixo das 425 exclusões registradas em março. Já o VideoCheque foi consultado pelos associados da ACP 8,43% a menos em abril do que em março (204.559 consultas em abril contra 223.398 em março), o que representa um maior número de ocorrências ligadas a problemas na emissão de cheques no mês. Quanto às exclusões do cadastro do serviço, abril registrou 4.886 exclusões, em março foram 4.321 baixas.

O vice-presidente comercial da ACP, César Luiz Gonçalves, ressalta que a queda permanente da taxa de inadimplência ainda é motivo de cautela para comerciantes: ?Historicamente, sempre que o número de consultas ao SCPC é alto, a inadimplência está em baixa. Significa que o comerciante está tomando todas as providências possíveis antes de dar o sinal verde para uma compra?, afirma. Para Gonçalves, a taxa está ?em um nível adequado? para a regularidade do comércio. Comparada com outras regiões do País, a inadimplência em Curitiba e região é baixa. São Paulo, por exemplo, registrou uma taxa anualizada de 4,89% entre março de 2005 e fevereiro de 2006. Das consultas ao SCPC, 11,05% apresentaram ?sinal vermelho? (restrições de crédito). Em relação ao VideoCheque, 7,04% das consultas acusaram problemas no cadastro do consumidor.

As compras a prazo permanecem impulsionadas pela expansão do crédito pessoal. No último ano, essa modalidade aumentou em 49,95% sobre 2004. E somente no primeiro trimestre de 2006, o crédito pessoal cresceu 40,60% em relação ao mesmo período de 2005. Na análise de Gonçalves, esses números justificam as altas taxas de ?sinal vermelho? acusadas pela ACP. No VideoCheque, por exemplo, o saldo líquido entre exclusões e inclusões baixou de 12.319 no primeiro quadrimestre de 2004 para 3.103 no mesmo período deste ano.

Em ano de eleições, está se tornando comum o governo lançar mão de medidas como aumento do salário mínimo, expansão da renda dos consumidores pela correção monetária do imposto de renda, estímulos à atividade da construção civil, investimentos em infra-estrutura e expansão dos gastos em programas sociais. ?Essas medidas, aliadas à Copa do Mundo, injetarão aproximadamente R$ 35 bilhões na economia brasileira?, diz Gonçalves. O reflexo será sentido na demanda e oferta comerciais, assim como nos preços relativos, diz o vice-presidente da ACP.

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