Importação de gasolina depende do consumo

O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou hoje que o ritmo de consumo da gasolina é que vai ditar os volumes de importação do combustível, que voltaram a ocorrer neste início de 2010, depois de pelo menos 30 anos de autossuficiência. Ele explicou que as importações respondem a uma estratégia de reduzir a dependência de diesel, mais caro do que a gasolina no mercado internacional.

A empresa havia reduzido em 1% a produção de gasolina no ano passado, privilegiando os volumes de óleo diesel. Historicamente, o consumo de gasolina vinha caindo diante das grandes vendas de carros bicombustíveis. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a produção de gasolina pelas refinarias brasileiras caiu 2,2% em 2009. Já o volume de diesel produzido foi 4,4% superior.

“Hoje, é mais econômico comprar a gasolina do que o diesel no exterior”, afirmou Costa, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. O mercado brasileiro era exportador de gasolina, mas segundo ele, os altos preços do etanol e a redução do porcentual do biocombustível na gasolina – de 25% para 20%, em fevereiro – provocaram aumento inesperado na demanda pelo derivado de petróleo.

O diretor da Petrobras não quis projetar volumes de importação. “Depende da safra de cana-de-açúcar”, alegou. Ou seja, as importações serão necessárias enquanto os preços do etanol estiverem em alta, justificando a migração para a gasolina. Em nota divulgada hoje no final da tarde, a estatal afirmou que as importações não terão impacto no preço da gasolina no merca do interno.

Costa negou que as cargas de gasolina importadas venham da Venezuela. Ele confirma que a estatal tenha comprado duas cargas lá, com um total de 900 mil barris, mas diz que serão destinados à América Central. A gasolina importada para o Brasil, disse, virá da Europa e dos Estados Unidos. No total, foram importados em fevereiro 1,2 milhão de barris em fevereiro.

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