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Impeachment de Dilma Rousseff traria melhora na economia

Imerso em uma grave crise política e econômica, o Brasil deve levar um bom tempo para achar uma luz no fim do túnel. Segundo economistas ouvidos pela Tribuna do Paraná, o impeachment da presidente Dilma Rousseff apressaria uma melhora no quadro.

Para o economista e professor Daniel Poit, a permanência de Dilma trava qualquer mudança. “Supondo que a presidente permaneça até o fim do mandato, teremos um agravamento da crise política e econômica, porque sem ter credibilidade, o governo não fará os ajustes necessários. Podemos esperar aumento da recessão, desemprego, inflação e subida dos preços, principalmente de alimentos e transporte. Também devem aumentar as tarifas de empresas públicas, por conta da queda da arrecadação de impostos”.

O economista Gilmar Lourenço, professor da FAE Business School, concorda. “A permanência deste governo é a receita do caos pra economia. Temos hoje o pior índice de aprovação de um presidente brasileiro. Dilma tem popularidade de 10%, índice menor que o de Collor, que em 1992 era de 12%. Também enfrentamos a pior e mais longa recessão do país: até o fim de 2016 teremos uma queda de quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso tudo contribui para uma situação insustentável, com descontrole nos preços, agravamento da recessão, aceleração da inflação e menos investimentos em obras públicas e de infraestrutura”, aponta.

Prazo

O economista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Marcelo Curado, concorda que em curto prazo, a situação deve permanecer como está. “Ano passado tivemos reajuste de 18% das tarifas públicas, índice que deve ficar em 7,5% em 2016. A inflação também deve ser menor, algo entre 7% e 7,5%. Mas para o mercado, quanto mais próxima a saída da presidente, melhor. Esses sinais vêm da cotação do dólar e da bolsa. E felizmente, com o processo de impeachment, temos um prazo pra que as coisas sejam definidas. Durante 2016 teremos redução do PIB de até 3,5%, queda nos investimentos, aumento no desemprego e câmbio muito volátil”, alerta.

Fé num futuro melhor

Segundo os economistas, seja pelo impedimento, cassação ou renúncia, a saída da presidente Dilma antes de 2018 é considerada a melhor alternativa para a crise econômica. “Até que tenhamos novas eleições, as mudanças serão mínimas, isso porque se o vice-presidente assumir, teremos no governo um partido que já o integrava, como cúmplice e partícipe. Mudanças significativas, só a partir de 2018. Mas não devemos perder a fé e a confiança no Brasil”, diz Poit.

“Caso Michel Temer e o PMDB assumam, eles terão que fazer alianças com outros partidos. Será necessário negociar reformas como a tributária, fiscal, administrativa, da previdência, patrimonial, entre outras, para que até 2019 seja possível reverter as tendências negativas na economia. Retomada do crescimento, só no próximo mandato. Por isso e com o aumento do desemprego, a população deve ter cautela, evitando o consumo por desejo ou impulso e a tomada de crédito com juros elevados”, opina Lourenço.

“Acredito que o Temer ou outro governante não devam conduzir as mudanças que são necessárias, porém impopulares, como a reforma da previdência. A tendência na política e na economia para os próximos meses é seguir até 2018 ‘empurrando com a barriga’. Qualquer que seja o partido a assumir, não vai conseguir trazer mudanças de imediatas. Assim, as pessoas seguirão com medo de tomar crédito e de perderem seus empregos e os empresários, com dificuldades para fazer novos investimentos”, analisa Curado.