IEP debate alternativas energéticas

O presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Luiz Claudio Mehl, disse ontem que a falta de planejamento e de investimentos no setor energético brasileiro cria o risco de o País passar por novos ?apagões?. A declaração aconteceu durante um ciclo de debates que o IEP promoveu para discutir a geração de energia no Brasil.

?O que ficou claro, após ouvir diversos especialistas da área, que não só podemos ter problemas com a falta de energia, como podemos sofrer de um ?pagão?, que seria a elevação exagerada do preço da energia para consumidores e indústria devido à escassez?, afirmou.

De acordo com Mehl, está claro que não há planejamento energético por parte do governo federal. ?O Brasil tem um dos menores crescimentos entre os países emergentes e, para sair desse quadro, é preciso gerar mais energia, até para que nossas indústrias tenham maior competitividade internacional?, apontou.

Alguns dos temas tratados são bastantes polêmicos. Entre os palestrantes estava o presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagas), Luiz Carlos Meinert, que citou a utilização de termoelétricas movidas a gás como uma das soluções para aumentar a produção energética através de fontes alternativas.

Já Leonam dos Santos Guimarães, chefe de gabinete da presidência da Eletrobrás Termonuclear (Eletronuclear), falou sobre a possibilidade da instalação de outros parques nucleares no País. ?É uma forma de evitar problemas de mudança climática acarretados pelas termoelétricas, assegurar o abastecimento e combater a volatilidade dos preços?, disse, admitindo que a criação de novas usinas nucleares enfrenta ainda muita resistência. ?O que é preciso entender é que trata-se de uma forma de compor a matriz energética, e não substitui-la?.

Para o vice-presidente da Associação Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel), Walfrido Victorino Avila, criar no País um mercado energético livre, inclusive para consumidores residenciais, incentivaria a concorrência e o conseqüente aperfeiçoamento na geração. ?A comercialização de energia elétrica por consumidores livres ainda engatinha no Brasil, mas já experimentou uma expansão espetacular no consumo de clientes livres. E essa concorrênca é saudável?.

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