Identidade e liderança brasileiras são destaques na 12ª Feira de Gestão da FAE

O Brasil possui o potencial necessário para se destacar entre as lideranças mundiais, mas para chegar a este patamar, primeiro é preciso reconstruir uma identidade nacional, sem abrir mão das raízes culturais do País. Essa reflexão é resultado dos três dias de debates na 12ª Feira de Gestão, realizada na FAE Centro Universitário, na última semana, em Curitiba (PR).

Cerca de 10 mil pessoas, provenientes dos meios acadêmico e empresarial, e também da comunidade em geral, tiveram a oportunidade de participar do evento, que teve como tema a Identidade Brasil.

A 12ª Feira de Gestão contou com a presença do ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil, do apresentador de televisão Serginho Groisman e da ex-diretora de Comércio Exterior da Alpargatas S/A, Ângela Hirata. Cada convidado ministrou uma palestra e motivou o público a ter uma visão crítica a respeito dos aspectos educacionais, culturais e econômicos brasileiros.

De acordo com o reitor da FAE Centro Universitário, Frei Nelson José Hillesheim, a Feira de Gestão contribui, a cada nova edição, com a construção de uma sociedade transformadora.

“A nossa missão institucional é criar oportunidades de ampliar a sensibilidade crítica das pessoas, para que, desta forma, seja possível fazer uma leitura ampla da realidade brasileira, principalmente na educação, que é um dos principais pilares sociais”, afirmou.

No primeiro dia do encontro, a consultora Ângela Hirata demonstrou como é possível adaptar um produto para o mercado estrangeiro e torná-lo referência, sem perder as características nacionais.

A executiva utilizou como exemplo o case das Havaianas, um produto brasileiro que atualmente está presente em 60 países e que leva a “marca Brasil” para o mundo. “É necessário acreditar no produto e ter a sensibilidade de extrair seus valores”, defendeu.

A valorização da cultura brasileira foi destaque em todas as palestras. Serginho Groisman, que falou ao público no segundo dia do evento, não fugiu à regra. O jornalista lembrou que o Brasil precisa de pessoas mais críticas e que saibam escolher melhor as fontes de informação, dando uma maior preferência à leitura que, segundo ele, é o meio que vai ajudar a transformar o País, além de optar por melhores programas televisivos.

“As pessoas assistem televisão demais, sem selecionar o que veem. É preciso escolher melhor e não dar audiência para programas ruins, que ferem a dignidade humana”, disse.

Gilberto Gil encerrou a 12ª Feira de Gestão desafiando os espectadores à fazerem uma avaliação crítica do sistema educacional brasileiro. Gil defendeu que “domesticar a classe trabalhadora não é educar”, e que o ensino no Brasil continua “uma linha de produção de mão de obra para o mercado de trabalho”, desde a época da ditadura militar.

O cantor também apontou ações que podem contribuir para reverter o quadro atual do ensino brasileiro. Uma das propostas seria um novo modelo de educação pública, voltada à revolução cultural e não apenas à melhora da renda.

Gilberto Gil disse ainda que, a exemplo da Feira de Gestão, é preciso produzir debates mais amplos e com maior frequência a respeito do papel da educação e da cultural na construção da identidade brasileira. “Nos anos 70, tínhamos ideias confusas, mas ideais claros, e sempre desejamos e acreditamos que poderíamos mudar o mundo”, finalizou.

Produção acadêmica

No último dia da 12ª Feira de Gestão foram anunciados os vencedores do Prêmio FAE & Gazeta do Povo – Identidade Brasil, que foi promovido com o objetivo de incentivar a discussão entre a comunidade acadêmi,ca e o mercado de trabalho sobre a criação de soluções para melhorar as relações organizacionais, sociais, culturais e políticas do país.

O vencedor na categoria “Projeto de Graduação – Identidade Social/Ambiental” foi o trabalho “Rede Universitária de Combate à Pobreza”, do estudante Wellington Minoru Kihara, que recebeu a orientação do professor Dennys Robson Giraridi. Os trabalhos “Assessoria de eventos sustentáveis – SustentArt”, das acadêmicas Gilcileia Aparecida Colaço e Elizane Chagas, e “Prevenção a desastres naturais: informação é o que nos move!”, de Bianca de Castro Silva Rebolho, ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

Já o primeiro lugar na categoria “Projetos de Graduação – Identidade Cultural/Educacional” foi “Trabalho do PNE (Portador de Necessidade Especial) como diferencial: qualificação ou obrigação?”, dos estudantes Leonardo Masuoka e Lucas Castro, sob a orientação da professora Andrea Bier Serafim. Compuseram a lista de finalistas os trabalhos “Escola de Música Lions”, de Jamille Figueiredo de Souza, e “A importância da Educação Ambiental na escola: um grande défice que afeta a todos”, do estudante Sueder Santos de Souza.

Foram ainda contemplados seis trabalhos na categoria “Artigos Científicos”, que envolvia professores e alunos da Pós-Graduação: “Custo Ambiental do Descarte: Papel das Empresas na Degradação Ecológica”, de Iúry Bugmann Ramos; “Considerações Sobre a Importância Histórico-Cultural dos Rios Brasileiros” de Mariana Teixeira Fantini; “Inovação Tecnológica e Atividades de P&D: O Caso LACTEC” e “Sistema Nacional de Inovação Brasileiro: um Breve Panorama das Atividades de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento” de Julio Grudzien Neto; “Gestão Verde da Cadeia de Suprimentos na Indústria Automotiva Brasileira”, de Everton Drohomeretski; e “Diferenças Culturais do Brasil”, da professora Francielle Ferreira Martins.

Como prêmio, todos os artigos serão publicados no livro “Identidade Brasil”, editado pela FAE e distribuído para instituições de ensino superior e bibliotecas brasileiras. Cada autor receberá a indicação para publicações em revistas Qualis A.

Os autores e orientadores dos dois trabalhos vencedores da categoria “Projeto de Graduação” foram contemplados com uma viagem de imersão para o Rio de Janeiro, que será realizada em 2013, com a duração de quatro dias. Todas as despesas de transporte, alimentação e hospedagem serão custeadas pela FAE. A programação inclui tour histórico, cultural e visita aos pontos turísticos da cidade.

Valor brasileiro

Empresas que valorizam as características brasileiras em seus produtos também tiveram a oportunidade de apresentar as novidades do mercado em dezesseis estandes espalhados pela praça de exposições. Três deles foram destinados ao Banco HSBC (patrocinador master), Sistema Fecomércio (patrocinador) e marca Havaianas, da Alpargatas S/A – apoiadora do encontro.

As outras instituições parceiras do evento que promoveram atividades culturais foram: Instituto História Viva; Mostra Sons do Brasil; Editora InVerso; Lace Language Center; E-leeze Bicicletas Elétricas; Viva Esporte Academia; Valor Brasil; Praia Secreta; Cold Stone; Importadora Cantu; Águas Ouro Fino, com a marca Insano; Due Arquitetura e Interiores; e jornal Gazeta do Povo.

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