IBGE: venda no varejo no semestre é a melhor da história

A alta de 11,5% no volume de vendas do comércio varejista no primeiro semestre deste ano foi recorde na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) neste tipo de comparação. Hoje, o instituto divulgou a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de junho, cuja série foi iniciada em 2001. “Foi o melhor semestre para todos os semestres”, afirmou o economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira.

Em termos setoriais, um dos destaques para a composição do resultado foi o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, cujo volume de vendas subiu 10,4% no primeiro semestre deste ano. “Com certeza este setor foi o que comandou o resultado do semestre”, disse.

O técnico comentou que o aumento do poder aquisitivo da população ajudou a estimular o consumo no setor. Ele lembrou que, nos primeiros seis meses do ano, houve um significativo aumento da massa salarial do trabalhador, o que ajudou a elevar o poder de compra do brasileiro. Além disso, os preços dos alimentos no período permaneceram relativamente comportados no primeiro semestre.

O bom desempenho de móveis e eletrodomésticos no primeiro semestre, cujo volume de vendas no comércio varejista subiu 20,6% no período, também contribuiu para o resultado geral. Pereira lembrou que, de uma maneira geral, este setor vem mostrando bom ritmo de vendas, devido aos incentivos fiscais oferecidos pelo governo.

Julho

A alta de 11,3% no volume de vendas do comércio varejista em junho ante o mesmo mês do ano passado foi a segunda maior da série histórica, iniciada em 2001, para um mês de junho, segundo informou Pereira. A maior taxa para um mês de junho, neste tipo de comparação com igual mês do ano anterior, continua sendo a de junho de 2004, quando o volume de vendas do comércio varejista subiu 12,9%.

De acordo com o especialista, o aumento de 11,9% no volume de vendas, no comércio varejista de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo respondeu por metade da taxa de 11,3% apurada em junho. “É o setor de maior peso na formação do comércio varejista, neste tipo de comparação”, afirmou. Ele comentou que o setor permanece beneficiado por um cenário favorável de ganho salarial do trabalhador, aumento no poder aquisitivo da população e preços subindo de forma comportada.

Materiais de construção

O economista também classificou como “surpreendente” a queda de 3,1% no volume de vendas de material de construção em junho em relação a maio. “Não temos uma explicação para esta queda. O setor da construção mostrava um bom ritmo. Foi realmente uma surpresa esta queda em material de construção. E foi uma queda forte”, comentou.

O técnico do IBGE disse que, de uma maneira geral, as construtoras têm apresentado sinais positivos em termos de novos empreendimentos. Além disso, ainda há uma demanda forte por imóveis. “Houve vários incentivos do governo para aquisição de imóveis”, acrescentou. “Também tivemos um ganho de massa salarial nos últimos meses, o que elevou o poder aquisitivo da população” disse. Isso teria estimulado a demanda por material de construção no primeiro semestre.

O especialista não descartou a possibilidade de este recuo sinalizar o início de um movimento de desaquecimento do setor, mas fez uma ressalva: “Pode ser apenas um ajuste”. Ele acrescentou que “é preciso olhar os resultados dos próximos meses para ver se isso se confirma”. Pereira disse que o desempenho de um único mês, em relação ao mês anterior, é muito pouco para mensurar tendências.

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