Horário de verão começou à meia-noite

Desde à meia-noite de ontem, parte dos brasileiros está com seus relógios adiantados em uma hora. É o início do horário de verão, que vai vigorar em dez estados e no Distrito Federal até o dia 20 de fevereiro de 2005. A estimativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de que o horário de verão resulte numa economia de 1% no consumo de eletricidade do País – cerca de 2.300 megawatts, a mesma atingida em 2003 – reduzindo os riscos de queda do sistema elétrico. No Paraná, a economia prevista é de 200 megawatts de potência.

O horário de verão, que normalmente começa em outubro, foi atrasado este ano devido ao segundo turno das eleições municipais. Apenas as regiões Norte e Nordeste não serão atingidas pelo horário de verão. O principal objetivo do sistema é economizar energia no horário de pico, entre 18 e 21 horas.

Segundo o secretário de Energia, Ronaldo Schuck, do Ministério de Minas e Energia, no horário compreendido entre 18 e 21 horas a população dos estados atingidos pelo sistema – Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, além do Distrito Federal – utiliza muitos aparelhos elétricos, como televisão e chuveiro, o que causa uma sobrecarga no sistema. Além da utilização doméstica, a iluminação pública também sobrecarrega o sistema de energia.

O Ministério de Minas e Energia explica que a medida é necessária para melhorar a segurança do sistema elétrico. Tomando por base apenas o consumo no período de pico, a redução proporcionada pelo horário de verão chega a 5%. A expectativa do governo é conseguir uma economia de 2.250 megawatts (MW) no horário de pico.

Pontualmente, nas regiões em que o horário de verão irá vigorar, a economia de energia atinge números capazes de abastecer uma cidade inteira por um ano. No Centro-Oeste e Sudeste, a previsão é de uma redução no consumo de 1.780 MW, o que representa 5% da demanda no horário de ponta nestas regiões. Isso equivale à soma da demanda da Região Metropolitana de Belo Horizonte e da cidade de Florianópolis.

No Paraná

Segundo Ana Rita Xavier Mussi, gerente do Centro de Operação do Sistema Elétrico da Copel, a redução no nível de demanda durante o horário de ponta esperada pela Copel equivale a deixar de fazer transitar no sistema elétrico estadual cerca de 200 megawatts de potência. “Essa é a demanda máxima de Londrina, o segundo maior centro urbano do Estado”, compara.

A engenheira esclarece que o principal objetivo do horário de verão não é economizar eletricidade, mas aumentar o grau de segurança operacional do sistema. “Embora, por causa da mudança de horário, as pessoas se mostrem até mais atentas no combate ao desperdício, a redução do consumo é pequena, algo como 0,5% dos gastos habituais”, diz.

Economia de 1%

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que a redução do consumo de energia de 1985 a 2001 registrou média de 1%. No ano passado, o índice foi mais baixo: 0,2%. Desde que passou a ser adotado regularmente, em 1985, o horário de verão sofreu mudanças e ainda existe um debate nacional sobre seus efeitos práticos. Atualmente, as regiões Norte e Nordeste estão desobrigadas a aderirem à medida. Apenas o Ceará iria instituir o horário, mas uma liminar concedida pelo juiz da 12.ª Vara de Justiça Federal, Augustinho Lima Chaves, no último dia 6 de outubro, livrou o estado da obrigatoriedade.

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