Em entrevista para explicar a decisão do governo federal de manter para 2016 a meta de inflação em 4,5%, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, defendeu que a inflação tem caído e que as metas vêm sendo cumpridas. O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou nesta quarta-feira, 25, a meta de inflação em 4,5% – com uma margem de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima – para 2016. Além disso, Holland confirmou que o parâmetro será o mesmo para 2015.
Segundo o secretário, o Brasil vem cumprindo “rigorosamente” as metas de inflação nos últimos anos. Ele acrescentou que a inflação está sob controle “dentro dos intervalos das metas anunciadas”. “O governo tem perseguido o centro da meta. O que tem ocorrido são choques adversos de oferta e de câmbio. O regime de metas permite a acomodação”, defendeu. “Em 2014, após atingir pico em março, a inflação vem apresentando taxas de crescimento cada vez menores”, disse, acrescentando que ocorre queda mês a mês do IPCA.
Segundo o secretário, a inflação tem apontado um quadro “mais benigno”, especialmente de alimentos. “A inflação de alimentos e bebidas já respondeu por aproximadamente 50% (de peso) da inflação e tem caído consistentemente e está em torno de 30%”, disse. “Também a despeito dos choques de ofertas domésticas e internacionais, da seca americana e de regime de chuvas adversas no Brasil, o índice de difusão vem caindo de forma consistente”, defendeu.
Holland argumentou que o regime de metas de inflação, adotado no País em 1999, tem qualidades como regras claras e capacidade de ancorar expectativas inflacionárias. “Ao mesmo tempo em que é regra simples e clara, tem capacidade de ser regime monetário flexível, permitindo acomodação de choque de ofertas”, disse. “Por conta das condições macroeconômicas diversas, o CMN decidiu por unanimidade manter o centro da meta de inflação em 4,5%”, disse, acrescentando que a decisão é importante para a estabilidade de preços na economia.
Questionado quais são as boas condições da economia do País, o secretário disse que o País vem mostrando “boa capacidade de crescimento e manutenção de taxas de geração de emprego”, além de condições sólidas.
O secretário adiantou que na sexta-feira será anunciado o balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sem dar mais detalhes.