Guerra entre postos derruba preço da gasolina

A concorrência entre donos de postos nunca foi tão acirrada como agora. Em Curitiba, quem sai de casa pela manhã e abastece o carro, corre o risco de encontrar no mesmo posto o litro do combustível sendo vendido a um preço menor no final do dia. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustíveis-PR), Roberto Fregonese, a guerra de preços é promovida por algumas grandes distribuidoras, que querem desovar o estoque porque é final de mês.

"As distribuidoras têm metas para cumprir. Então elas aproveitam o final do mês para desovar o estoque e acabam fazendo dumping (prática de preço abaixo do custo) em Curitiba", apontou Fregonese. Para ele, o preço atual dos combustíveis não deve se sustentar. "Deve ser algo passageiro de no máximo uma semana", disse, acrescentando que a situação tem se repetido nos últimos meses.

"O que me preocupa é o fato de que alguns postos que não têm este tipo de competitividade seguirem o mesmo caminho. Na semana passada, pegamos notas de produtos vindos de Paulínia que estão vinculados à adulteração e sonegação fiscal", comentou Fregonese, referindo-se a operações ilegais que estão sendo investigadas pela Polícia Federal.

Guerra

Para conquistar o consumidor, donos de postos não temem reduzir os preços. Ontem a equipe de reportagem verificou que um posto da bandeira Ipiranga, no bairro Mercês, estava vendendo o litro da gasolina por R$ 2,01 e o álcool por R$ 1,39. Menos de duas horas depois, o preço da gasolina já havia caído para R$ 1,98. Em outro posto, a poucos metros do primeiro, houve operação semelhante, com o preço da gasolina baixando também de R$ 2,01 para R$ 1,98.

No posto Raposo Center, da bandeira BR, a redução aconteceu na terça-feira, com o litro da gasolina passando de R$ 2,02 para R$ 1,99, e do álcool, de R$ 1,45 para R$ 1,38. De acordo com o frentista Paulo Cacineli, na semana passada a gasolina custava R$ 2,05. "É a concorrência. Temos que fazer isso, senão perdemos clientes", afirmou.

Quem não consegue acompanhar a briga de preços, reclama. É o caso de Carina Bauch, gerente do posto Da Vinci (bandeira Shell), onde o litro da gasolina era vendido ontem a R$ 2,06 e do álcool, a R$ 1,49. "Estamos com esses preços há cerca de um mês. Por enquanto, a distribuidora não nos deu desconto", afirmou, sem revelar o preço de custo dos combustíveis.

Conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do litro da gasolina na semana passada (14 a 20 de novembro) em Curitiba era de R$ 2,13. O valor mínimo encontrado foi R$ 1,99 e o máximo, R$ 2,30. Já o preço médio do litro do álcool era R$ 1,48, com o preço mínimo de R$ 1,37 e o máximo, R$ 1,65.

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