Braços cruzados

Greves nas montadoras da RMC ainda sem solução

As greves nas duas principais montadoras de automóveis de São José dos Pinhais completaram uma semana ainda sem solução. Ontem à tarde, representantes dos metalúrgicos se reuniram, em horários diferentes, com executivos das empresas no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9.ª Região, em Curitiba. Apesar da mediação do vice-presidente do TRT, desembargador Luiz Eduardo Gunther, que presidiu as sessões, não houve solução em nenhum dos casos. Hoje, deve haver negociações na Renault-Nissan e na Volvo onde há ameaça de paralisação a partir de segunda-feira.

A primeira reunião de ontem foi entre o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e a Volkswagen-Audi, que condicionou a volta das negociações ao retorno dos empregados ao trabalho. A sugestão, porém, foi negada pelos sindicalistas e, segundo eles, apoiada pelo desembargador Gunther. Foi marcada, então, uma nova reunião para segunda-feira (14), às 14h. Antes, no início do dia, os trabalhadores devem realizar uma assembleia na porta de fábrica.

Na audiência seguinte, com representantes da Renault-Nissan, houve uma melhora na proposta. A empresa ofereceu abono de R$ 1.750 ainda em setembro, mais aumento de 4,44%, correspondente à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Um aumento real, de 1%, viria apenas em agosto de 2010. A proposta de ontem ou a de hoje, se houver, deve ser discutida em assembleia, também na manhã de segunda-feira, às 5h. À tarde, haverá nova audiência no TRT.

Para o vice-presidente do SMC, Cláudio Gramm, as propostas que vêm aparecendo ainda estão bem abaixo do que os trabalhadores pretendem. “Ninguém entra em greve para ganhar uma diferença mínima de reajuste”, diz, lembrando que os abonos oferecidos pelas empresas também estão aquém do pretendido pelos metalúrgicos.

Em greve desde quinta-feira da semana passada, os cerca de 3,5 mil funcionários da Volks-Audi pretendem receber um aumento de 10% e um abono de R$ 2 mil mesmo pedido dos empregados da Volvo. Na Renault-Nissan a greve começou um dia depois. Os aproximadamente 5 mil trabalhadores fazem as mesmas reivindicações, mas também querem mais 1% de reajuste, que seria um resíduo das negociações do ano passado.

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