Greve no transporte de valores deixa caixas vazios

Os vigilantes de transporte de valores do Paraná entraram em greve ontem. A categoria recusou a reposição salarial através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 6%, oferecido pelas empresas. Caso não haja acordo em breve, vai ficar difícil encontrar dinheiro nos caixas eletrônicos. "Como os bancos vão ficar sem dinheiro a partir de agora, a gente espera uma proposta. Caso não aconteça, a greve continua por tempo indeterminado", afirma o presidente do Sindicato dos Vigilantes Patrimonial e de Transporte de Valores, João Soares.

Segundo os vigilantes, nenhum carro forte circulou ontem no Estado. "Tivemos 100% de adesão, nem o setor administrativo ficou de fora", conta João Soares. As principais reivindicações são, além do INPC integral, aumento real de salário na faixa de 4%, aditivo de risco de vida de 30% – hoje é de 20% -, fim da compensação de horas e vale-alimentação de R$ 12, ao invés dos R$ 10 pagos atualmente. "No início do mês, os patrões, em atitude irresponsável, não atenderam às reivindicações dos trabalhadores, por isso entramos em greve. Eles ofereceram só o INPC e isso nós não aceitamos", comenta o dirigente sindical.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Valores do Paraná, Gerson Benedito Pires, explica que, além do INPC, foram oferecidos mais alguns benefícios referente ao abono salarial, mas a proposta não obteve sucesso. "Diante da decisão do Sindicato em "bater o pé" nas reivindicações e não aceitar negociar, fica muito distante a possibilidade de acordo", afirma.

O sindicato patronal alega que as reivindicações da categoria não são coerentes e que, como explica Gerson Pires, "eles não falam de números mais próximos da realidade do setor".

Questionado sobre a possibilidade de prejudicar os que esperam encontrar dinheiro nos caixas eletrônicos, o presidente do sindicato patronal diz estar cuidando do assunto, procurando medidas judiciais para impedir a continuidade da greve. Ele afirma que, ainda hoje, uma nova reunião deverá ser marcada com a categoria, desta vez junto à Delegacia Regional do Trabalho.

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